Pela terceira vez em 20 dias, Lina Maria Vieira deixou de comparecer a encontro marcado no Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela terceira vez desde que assumiu o cargo, a secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, deixou de comparecer a reuniões marcadas no Congresso. Ontem, ela era esperada na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, mas enviou o secretário-adjunto Carlos Alberto Barreto para explicar aos parlamentares a arrecadação recorde deste ano.
A ausência de Vieira irritou alguns deputados da comissão, principalmente depois que souberam que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estava na Casa, em reunião com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A secretária mandou avisar aos parlamentares que não pôde comparecer porque tinha uma reunião com o ministro da Fazenda naquele mesmo horário. Mantega chegou à Câmara às 9h40, apenas 15 minutos depois do início da reunião de Barreto com os parlamentares.
Vieira assumiu a Receita no dia 1º deste mês. Em três semanas no cargo, ela não apareceu em público. A secretária faltou a uma reunião com o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e a uma audiência pública na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para defender o acordo de troca de informações tributárias entre o Brasil e os Estados Unidos, assinado pelo seu antecessor, Jorge Rachid.
O encontro entre o secretário da Receita e os integrantes da Comissão de Finanças e Tributação acontece todo mês, quando são apresentados aos parlamentares os dados sobre a arrecadação tributária federal. Outros secretários também participam de reuniões mensais com a comissão, como Arno Augustin (Tesouro Nacional). Um dos comentários durante a reunião de ontem foi que "o consolo do dia foi o pão de queijo", servido durante o encontro.
"A ausência da secretária não é um fato positivo. Mas não vamos transformar esse episódio em uma crise, em um problema. Ela foi convocada para uma reunião de última hora com o ministro", disse o presidente da comissão, o petista Pedro Eugênio (PE). Quando soube que o ministro estava na Câmara, Eugênio ficou constrangido.
O deputado disse que gostaria de ouvir de Vieira os planos do governo para mudanças nas alíquotas do IR. Em entrevista à Folha, ela disse ser favorável à ampliação do número de alíquotas -hoje, de 15% e 27,5%.


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