ÉRICA FRAGA
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Na lista de "principais clientes" divulgada até duas semanas atrás pela SBS Consultoria Empresarial, aparecem 21 grandes empresas, bancos, instituições e até Bolsas de Valores do país. Confirmaram ser clientes da empresa a Coca-Cola Company e a Bovespa.
Procuradas pela Folha, no entanto, a maior parte dos supostos clientes da consultoria diz que não utiliza seus serviços há algum tempo. Outros, como o banco Santander e a Embraer, afirmam que nunca foram clientes da SBS. Já a Coca-Cola paga R$ 1.000 à SBS por mês por serviços de consultoria tributária.
"Atualmente, por exemplo, a SBS está nos ajudando muito a entender os futuros impactos da reforma tributária", diz Mário Lahos, diretor de estratégia financeira da Coca-Cola Company.
Segundo Lahos, além da SBS Consultoria Empresarial, a Coca-Cola contrata outras cinco empresas com o mesmo fim.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Bovespa afirmou que contrata esporadicamente a SBS quando necessita de ajuda para interpretar a legislação.
Mas a maior parte das empresas, reunidas até duas semanas em lista divulgada no site da Geraldo Magela & Associados como "principais clientes" da sócia SBS, diz que não utiliza os serviços da consultoria há muito tempo.
É o caso de HSBC, CST, Grendene, BM&F e Confederação Nacional das Instituições Financeiras. O HSBC, por exemplo, informou que a SBS prestava serviços ao banco Bamerindus, antes de ser adquirido pela instituição britânica em 1997. Segundo o HSBC, o contrato, que previa a prestação de consultoria tributária, foi encerrado no início de 1998.
A Grendene informou que a SBS prestou serviços para a empresa há cerca de quatro anos.
A BM&F chegou a pagar R$ 2.000 por mês à consultoria, mas também já rompeu o contrato, pelo menos, há quatro anos.
Já o Santander e a Embraer informaram que nunca foram clientes da SBS. A BrasilCap diz não ter encontrado registro de contratação dos serviços da SBS.
Na última semana, a lista de clientes da SBS foi retirada do site de sua sócia. Atualmente, só é divulgada a lista dos clientes da Geraldo Magela & Associados que, em sua maioria, são médias e pequenas empresas de Minas Gerais. Entre eles, também há companhias, como a Samarco Mineração, que negam já ter tido qualquer vínculo com a consultoria.
Eivany Silva e Romeu Salaro, sócios da SBS, afirmam manter uma carteira fixa de clientes, que pagam mensalmente pela consultoria tributária, mas que para outros prestam serviços ""eventuais".
Os executivos admitem que uma série de empresas da lista não são mais seus clientes.


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