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EUA
Decisão de aumento de 0,25 ponto não foi unânime
Fed eleva taxa de juros para 3,75% e minimiza os efeitos do Katrina
DA REDAÇÃO
O Fed (Federal Reserve, o banco
central dos Estados Unidos) aumentou ontem a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto, para
3,75% ao ano, a mais alta desde
julho de 2001.
O aumento nos juros foi o 11º
consecutivo, mas um dos membros do comitê responsável pela
política monetária discordou da
decisão. Mark Olson, presidente
do Conselho do Fed, disse que
preferia deixar os juros inalterados; foi a primeira vez que a decisão não foi unânime desde julho
de 2003.
O Fed também sinalizou no comunicado divulgado ontem que
pode continuar aumentando os
juros em incrementos de 0,25
ponto, como tem feito desde junho do ano passado em todas as
suas reuniões. O comunicado diz
que os juros atuais são "acomodativos" (não prejudicam a expansão da economia) e que as taxas
de juros podem subir em um ritmo "moderado".
A decisão do Fed era esperada
pelo mercado, que chegou a especular, após a passagem do furacão
Katrina, que o órgão pudesse suspender a trajetória de alta dos juros. Após uma avaliação melhor
dos estragos causados e a divulgação de indicadores conjunturais
positivos, no entanto, os investidores passaram a acreditar que o
Fed manteria sua política.
O objetivo do Fed é fazer com
que a taxa fique em um nível
"neutro", que não estimule nem
desacelere a economia. Analistas
acreditam que estes juros "ideais"
estariam entre 4% e 4,5%.
A alta dos juros norte-americanos tende a reduzir a demanda
por papéis de países emergentes,
como o Brasil. Isso acontece porque o retorno dos títulos dos Estados Unidos aumenta, e, como eles
são considerados mais seguros,
investidores podem tirar dinheiro
de outros investimentos para
aplicar em papéis americanos.
Furacão
O Fed disse também em seu comunicado que os gastos dos consumidores, a produção industrial
e o desemprego sofrerão um impacto negativo de curto prazo devido à passagem do furacão Katrina. "Enquanto estes desenvolvimentos infelizes aumentaram a
incerteza quanto à performance
econômica de curto prazo, a visão
do comitê é que eles não representam uma ameaça mais persistente", afirmou o Fed.
O Fed indicou, porém, que está
mais preocupado com as pressões
inflacionárias que podem derivar
da alta do petróleo neste ano, em
especial após o Katrina.
Para analistas, o tom do comunicado do Fed indica que o órgão
ainda não está próximo de terminar o processo de alta dos juros.
"O Fed não mudou seu curso devido ao furacão Katrina", disse
Ian Shepherdson, economista da
High Frequency Economics. "Dados piores nos próximos meses
são prováveis, mas eles terão que
ser terríveis para convencer Alan
Greenspan [presidente do Fed] a
parar", afirmou o economista.
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