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Perdas superaram previsão, diz Bernanke
Presidente do BC dos EUA afirma que "fará o necessário" para garantir estabilidade de preços e crescimento econômico
Paulson afirmou, em depoimento a deputados, que fundamentos gerais
da economia americana permanecem "sólidos"
Kevin Lamarque/Reuters
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O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, em depoimento em comissão da Câmara dos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente do Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou ontem que "ultrapassaram até as estimativas dos
mais pessimistas" as perdas financeiras com a turbulências
nas Bolsas devido à crise no
mercado de crédito imobiliário
americano. Ele vem sendo acusado de ter subestimado a crise
no seu início, no fim de julho.
"Os investidores também ficaram menos dispostos a assumir riscos", disse em depoimento à comissão de serviços financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA.
Mas, apesar da instabilidade
no mercados, Bernanke disse
que o sistema financeiro mundial está em "posição relativamente forte" para lidar com esse processo.
Sobre a decisão do Fed de
terça-feira de reduzir em 0,50
ponto percentual, para 4,75%, a
taxa de juros básica, afirmou
que a intenção da medida era
"ajudar a evitar alguns dos efeitos negativos na economia mais
ampla que poderiam surgir devido aos problemas nos mercados financeiros e promover o
crescimento moderado". A
mesma explicação foi usada no
comunicado do Fed ao anunciara redução dos juros, que
surpreendeu o mercado que esperava corte de 0,25 ponto.
Segundo ele, os acontecimentos dos últimos dois meses
nas Bolsas aumentaram a incerteza em relação ao cenário
econômico. Também afirmou
que o organismo "fará o necessário" para promover a estabilidade dos preços e o crescimento econômico sustentável. Bernanke disse que a estabilização
da economia americana é o
"objetivo fundamental" do Fed.
Em relação à crise no mercado crédito imobiliário "subprime" (para pessoas com histórico ruim de pagamento), ele disse que a inadimplência e a execução de hipotecas nesse setor
devem crescer mais, porém
afirmou ser "difícil precisar" o
número de inadimplentes.
De acordo com Bernanke, geralmente são despejados metade dos proprietários de residências que recebem notificação por falta de pagamento por
mais de 90 dias. Porém, alertou
que esse número poderá ser
maior nos próximos trimestres
porque há mais pessoas envolvidas com crédito "subprime".
Paulson
O secretário do Tesouro dos
Estados Unidos, Henry Paulson, também compareceu à
mesma comissão da Câmara e
disse que os fundamentos gerais da economia do país permanecem "sólidos", apesar de
alguns setores, como o imobiliário, estarem passando por
um período de transição.
"Vai levar tempo para que a
atual reavaliação produza efeitos, mas, no meu ponto de vista,
a força subjacente da economia
deve permitir o crescimento
contínuo", afirmou aos deputados. E voltou a dizer que a economia mundial continua forte.
Paulson também elogiou as
decisões do Fed de injetar liquidez nos mercados (emprestando mais dinheiro aos bancos) e de cortar a taxa de juros
básica e a taxa de redesconto
(para empréstimos entre bancos). "As ações do Federal Reserve ajudaram a estabilizar os
mercados financeiros", disse.
Com agências internacionais
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