São Paulo, segunda, 21 de setembro de 1998

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Faturamento da empresa dobra no primeiro semestre deste ano
Ericsson diversifica produção e consegue escapar de prejuízo

free-lance para Folha

A Ericsson Telecomunicações é uma empresa que está se destacando no setor de eletroeletrônicos, apesar da queda das vendas e dos juros altos. A empresa é favorecida pelos altos investimentos na área de telefonia. Com o leilão da Telebrás, são esperados R$ 50 bilhões de investimentos até 2007.
Não é à toa, portanto, que a empresa fechou o primeiro semestre de 98 com um faturamento de R$ 809 milhões -perto do dobro registrado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 466,6 milhões.
Como trabalha num ramo de investimentos de médio e longo prazo, esse resultado deve ser visto com alguma ponderação. Mas não deixa de chamar a atenção, principalmente em um ambiente de crise, como o atual.
Por se tratar de uma empresa que negocia ação em Bolsa de Valores, a Ericsson não pode fazer previsão de desempenho para este ano. Mas, de acordo com o levantamento do Datafolha relativo ao desempenho de 97, a Ericsson aumentou em dez pontos percentuais a rentabilidade do patrimônio em relação a 96.
A taxa passou de 33,4% em 96 para 44,22% em 97. "Nosso desempenho se deve aos investimentos do Sistema Telebrás, o nosso maior cliente", disse o presidente da Ericsson, Gehard Weise. Do faturamento total, segundo ele, 90% correspondem a contratos firmados com a Telebrás e suas subsidiárias.
Para a Telebrás, a Ericsson produziu e vendeu desde equipamentos de infra-estrutura para telefonia até telefones públicos, os orelhões. Ou seja, a Ericsson vendeu todo tipo de produto relacionado a telefonia.
Foi isso, segundo a diretoria da empresa, que salvou a empresa de prejuízos, como o que teve a Autel, que produz equipamentos de transmissão para companhias telefônicas.
A Autel Telecomunicações apresentou rentabilidade negativa de 3,95% em 97. "De setembro a dezembro do ano passado, nosso faturamento caiu 80% porque o governo, naquela época, suspendeu os contratos de compras por causa da crise asiática", disse o diretor-superintendente Luis Rutman.
Agora, com a Telebrás privatizada, a Ericsson e também todas as outras empresas do setor esperam conseguir uma fatia do investimento que os compradores do sistema terão de fazer.
"A concorrência vai aumentar: todos querem um pedaço desse mercado", disse Weise.



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