DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil promoveu uma limpeza em seu balanço em setembro passado e lançou como prejuízo R$ 5 bilhões em empréstimos que já eram dados como praticamente perdidos.
Segundo o diretor de relações com os investidores do BB, Antônio Luiz Rios da Silva, a limpeza promovida no balanço não terá nenhum impacto sobre o resultado do banco neste ano.
"Esses créditos que baixamos como prejuízo já estavam provisionados (dinheiro que fica separado em balanço para cobrir possível despesa)", disse Silva.
Até agosto, o BB tinha R$ 7,883 bilhões em créditos de má qualidade, classificados com nota H, o pior conceito entre os nove níveis de classificação de risco de crédito criados neste ano pelo BC.
Desde março passado, entrou em vigor uma norma do BC que determina que os bancos classifiquem os créditos em nove notas, que decrescem de acordo com o risco de inadimplência.
O BB era um dos campeões em créditos de má qualidade, com 21,13% de sua carteira de crédito classificada com o nível H. Silva disse que, agora, os créditos nível H correspondem a apenas 7,2% da carteira do BB. A tendência é que esse percentual caia ainda mais até novembro, após outros créditos nível H serem lançados como perda.
Segundo Silva, o BB tinha alto volume de créditos de má qualidade porque demorava muito para reconhecê-los como perdas. Os bancos privados, afirmou ele, mantêm créditos ruins em balanço por apenas seis meses, enquanto no BB a praxe era mantê-los em média por dois anos.
Silva disse que a maior parte dos créditos lançados como prejuízo foi concedida ao setor agrícola, que responde por cerca de 50% dos empréstimos feitos pelo BB.
Segundo ele, o reconhecimento desses créditos ruins como prejuízo não significa que cessará a sua cobrança. "As providências continuam a ser tomadas, inclusive com ações judiciais", disse.


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