São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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Estrangeiros reduzem investimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os investimentos diretos feitos por estrangeiros no Brasil registraram forte queda no mês passado. Eles totalizaram US$ 1,06 bilhão, bem menos da metade da média mensal de US$ 2,89 bilhões que vinha sendo registrada até agosto.
Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para cobrir o déficit de transações correntes do mês, que ficou em US$ 1,59 bilhão.
No ano, os investimentos externos já chegam a US$ 22,60 bilhões (US$ 1,343 bilhão em outubro), contra o déficit em conta corrente de US$ 15,93 bilhões. O governo tem insistido que a situação do país é confortável, pois os investimentos diretos têm sido suficientes para cobrir o alto déficit registrado até agora.
Quando há déficit em transações correntes significa que o volume de dinheiro enviado para o exterior é maior que a quantia que entra no país. Essa diferença precisa ser coberta de alguma maneira, seja por meio de empréstimos ou por investimentos diretos.
Os investimentos são tidos como a forma mais segura de financiar esse déficit. Os empréstimos são classificados como um capital muito "volátil", pois, em momentos de crise, as principais fontes financiadoras costumam ""sumir". Além disso, investimentos diretos costumam ter objetivos de longo prazo, e não são muito influenciados por crises passageiras.
Por outro lado, um grande volume de investimentos pode se traduzir, no longo prazo, em maior quantidade de remessa de lucros para o exterior, o que também pode prejudicar as contas externas.
O país que mais investiu no Brasil neste ano, até agora, foi a Espanha, que já aplicou US$ 4,79 bilhões. Isso corresponde a 25,4% do total de investimentos estrangeiros recebido pelo país no período. Em seguida vêm os Estados Unidos, com US$ 4,19 bilhões, ou 22,2% do total.



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