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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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TRIBUTAÇÃO

Governo estuda isenção para transferências no mesmo banco; objetivo é desestimular os saques para consumo

Troca de aplicações pode ficar sem CPMF

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Fazenda estuda conceder isenção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para as transferências de recursos entre aplicações financeiras no mesmo banco. Ou seja, o imposto do cheque -como é mais conhecida a CPMF- não seria cobrado quando o dinheiro fosse retirado de uma aplicação para ser colocado em outra do mesmo titular.
"A idéia [da isenção] é que, quando as pessoas troquem de aplicação, transitem de um determinado fundo para outro, possam ficar isentas [do pagamento da CPMF]", afirmou ontem o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), depois de participar da cerimônia de lançamento do Programa de Transferência de Renda no Palácio do Planalto.
A isenção da CPMF para esse tipo de transferência estimula o investidor a aproveitar as melhores oportunidades de rentabilidade do mercado. Atualmente, os investidores pagam 0,38% sobre o total dos recursos quando passam seu dinheiro de uma aplicação para outra.
A isenção poderá beneficiar tanto a transferência de dinheiro da caderneta de poupança para um fundo de investimento como de um fundo de investimento para outro mais rentável.
Nesses casos, a isenção seria uma espécie de "passe livre" para o dinheiro enquanto estivesse circulando no mercado financeiro. Ainda não há prazo para que a medida comece a valer. A isenção deverá ser normatizada por meio de uma resolução, sem a necessidade de mudar as atuais leis.
Ao reduzir a tributação da CPMF, o governo espera permitir aos investidores um rendimento maior. Com isso, pretende desestimular a retirada dos recursos investidos para o consumo, o que poderia contribuir para pressionar a inflação.

IOF e IR
No Ministério da Fazenda, o grupo que estuda o aumento da poupança interna também analisa mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a redução do Imposto de Renda sobre o rendimento das ações, de 20% para 10%.
Palocci desaprovou a proposta do PFL, partido de oposição, de permitir a dedução do pagamento de CPMF na declaração de IR. "É uma idéia boa. Foi dada várias vezes, mas é difícil porque significa perdas no equilíbrio orçamentário. Questões tributárias têm de ser amarradas à análise do equilíbrio orçamentário."


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