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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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EXPANSÃO

Sindicafé estima que vendas alcancem US$ 15 mi

Brasil deverá triplicar a exportação de café torrado e moído neste ano

UISAL BAKRI
DA AGÊNCIA FOLHA

O Brasil deve exportar neste ano US$ 15 milhões em café torrado e moído, quase o triplo dos US$ 5,4 milhões exportados no ano passado. A previsão é do Sindicafé (Sindicato da Indústria do Café do Estado de São Paulo), que estima para o ano que vem exportações brasileiras de US$ 29 milhões.
O sindicato participou na semana passada da Anuga, Feira Internacional de Alimentação e Bebidas, em Colônia (Alemanha), com o objetivo de buscar compradores no mercado mundial.
Apesar de ser o maior produtor e exportador mundial de café em grãos, o Brasil representa hoje apenas 1% do mercado mundial de café industrializado, dominado por Itália, Alemanha e EUA.
Na Alemanha, o sindicato fez sua terceira participação em feiras internacionais neste ano e levou representações de 23 empresas nacionais. As vendas fechadas após as feiras representam 40% da meta de exportação do ano de café industrializado.
O presidente do Sindicafé, Nathan Herszkowicz, diz que a previsão feita no ano passado de exportações era de US$ 9 milhões. Foi revista para US$ 15 milhões depois de registrar exportações de US$ 7,1 milhões nos 12 meses terminados em setembro.
Herszkowicz afirma que, se todos os contatos que foram feitos em Anuga fossem transformados em negócios, poderiam gerar receitas de US$ 1 milhão por mês. Os principais clientes, segundo ele, são EUA, Leste Europeu, Taiwan e Israel. Em 2002, o Brasil exportou US$ 1,42 bilhão de café (grão verde), US$ 270 milhões de café solúvel e US$ 5,4 milhões de café torrado e moído.
O café solúvel (mais conhecido como instantâneo) começou a ser fabricado na década de 60 com o objetivo de ser exportado. Isso explica a diferença no volume de exportações em relação ao café torrado e moído (feito em cafeteiras), que sempre esteve voltado para o mercado interno, o qual é seu maior consumidor.
Segundo Herszkowicz, há dois anos aumentou o interesse do mercado externo pelo café torrado e moído, que cresce 1,2% ao ano. No entanto, de acordo com o Sindicafé, a liderança entre os países produtores de café em grãos pertence ao Brasil, com cerca de 57% no total de exportações.
Segundo Christian Santiago, coordenador do projeto de exportação do Sindicafé-SP, o aumento da exportação do café torrado e moído vai gerar mais receita e mudar a imagem do Brasil em relação ao mundo, que é conhecido apenas como grande produtor do café verde. "O convênio do Sindicafé-SP com a Agência de Promoção de Exportações [APEX] levou o Brasil a seis feiras e tem como principal objetivo ampliar o perfil exportador brasileiro com o café torrado e moído."


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