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ENERGIA
Japão e China são as opções
Parceiro para gasoduto opõe Dilma a Dutra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, e o presidente da
Petrobras, José Eduardo Dutra,
travam uma queda-de-braço para
escolher o financiador estrangeiro de um gasoduto no Nordeste,
se China ou Japão. Dilma prefere
a China. Dutra, o Japão.
Essa disputa foi levada ontem
ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que chamou Dilma e Dutra
para uma reunião da coordenação de governo.
A reunião de coordenação de
governo, que acontece quase toda
semana, reúne os principais ministros do presidente e define as
diretrizes de governo. Quando há
divergências, como no caso, ministros de outras áreas são convocados para o encontro.
Segundo participantes da reunião, Lula ainda não bateu o martelo. Apesar de ter um pouco mais
de simpatia pela China, por avaliar que seria mais estratégica no
momento uma parceria com
aquele país, o presidente disse que
fechará com quem oferecer as
melhores condições.
Segundo um dos presentes, o
investimento do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste) é de mais
de US$ 1 bilhão. A obra faria a ligação entre as malhas de transporte de gás natural das regiões
Sudeste e Nordeste. A quantia financiada pelo sócio estrangeiro
seria recebida de volta, com juros,
após a inauguração da obra.
A Folha apurou que Dutra prefere os japoneses por avaliar que
eles já têm mais experiência nesse
tipo de parceria com o Brasil. Dutra sugeriu, segundo participantes da reunião, oferecer outros negócios da Petrobras aos chineses
como compensação pela eventual
escolha do Japão. Já Dilma avalia
que uma parceria com a China
ajudaria o Brasil a abrir novos
mercados naquele país.
Procurado, o presidente da Petrobras declarou, pela assessoria
de imprensa, que não tinha "nada
a dizer sobre o assunto". Procurada às 18h20 de ontem, a assessoria
de imprensa de Dilma disse que
ela estava num compromisso.
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