PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A indústria do turismo está em expansão neste ano: o número de visitantes estrangeiros cresceu 15,2% de janeiro a agosto, os embarques domésticos aumentaram 16,7%, e o setor hoteleiro receberá R$ 3 bilhões em investimentos.
Os dados são do Ministério do Turismo, que aposta que o total de estrangeiros em viagem ao país irá dobrar em quatro anos. A meta é atingir 9 milhões em 2007 -menos do que o Caribe já recebe anualmente, cerca de 16 milhões de pessoas.
Apesar do quadro otimista traçado para 2004, o turismo no Brasil ainda está longe de ser um setor de peso. Representará apenas 4% do PIB brasileiro neste ano, enquanto a média do resto do mundo é de 10% de participação na economia, reconhece o próprio ministério.
Para o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o peso da atividade é menos da metade do verificado no restante do mundo, o que mostra que "há muito espaço para o crescimento do turismo no país". No entanto, é preciso, segundo ele, investir especialmente em marketing e divulgação no exterior para "criar uma sensação de que o Brasil está na moda" e atrair turistas.
Com o objetivo de deslanchar o setor, o ministério contratou a consultoria especializada Joseph Chias, a mesma que realizou o bem-sucedido plano de turismo da Espanha, um dos principais destinos turísticos do mundo.
A pasta também contará com mais recursos para desenvolver o setor: o orçamento da pasta em 2005 chegará a R$ 308 milhões, mais do que os R$ 228 milhões deste ano.
"O turismo é prioridade de governo porque gera divisas, renda e empregos", afirmou. Neste ano, já ingressaram no país por meio do turismo US$ 2,1 bilhões de janeiro a agosto -34,6% a mais do que em igual período de 2003.
Indagado se a violência urbana -destacada recentemente pelo periódico britânico "Independent", que relatou que o Rio era a cidade da cocaína e da carnificina-, Mares Guia afirmou que a questão aparece apenas em quarto entre os problemas listados pelos visitantes estrangeiros que vêm à cidade.
Figuram nos primeiros lugares a má sinalização de ruas e a qualidade do atendimento, especialmente pela dificuldade com o idioma.


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