São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Sob pressão, YouTube decide retirar 30 mil vídeos do site

Associação japonesa afirmava que clipes haviam sido incluídos sem autorização

Acusações de violação de direitos autorais eram vistas como um dos maiores empecilhos para a venda da empresa para o Google


DA REDAÇÃO

O YouTube, o site mais popular de compartilhamento de vídeos, retirou 29.549 vídeos do ar depois que uma associação japonesa da indústria de entretenimento reclamou de violação de direitos autorais.
De acordo com a Sociedade Japonesa pelos Direitos de Autores, Compositores e Editores, os arquivos com programas de TV, filmes e videoclipes foram colocados no site sem a autorização dos donos de seus direitos autorais. Fumiyuki Asakura, representante da entidade, disse que, logo após o pedido, os vídeos foram retirados pelo YouTube.
Asakura conta que a entidade, formada por 23 companhias japonesas, está estudando pedir ao site americano, comprado recentemente pelo Google por US$ 1,65 bilhão, que realize uma triagem prévia para que vídeos ilegais não sejam postados. Ele também disse que, antes de fazer a reclamação, o grupo realizou uma pesquisa no YouTube no início deste mês.
O YouTube afirma que 65 mil novos vídeos são colocados no ar todos os dias, a maioria caseira. Mas uma parte é formada por material que envolve direitos autorais.
Vários analistas afirmavam, antes da transação do dia 9 com o Google, que a questão dos direitos autorais era o maior empecilho para sua venda, pois era grande a possibilidade de uma enxurrada de processos.
Antes do anúncio da aquisição, tanto o Google quanto o YouTube haviam feito ontem acordos com grandes gravadoras para colocar clipes musicais em seus serviços de vídeo.
A Universal e a Sony BMG permitirão a reprodução de seus videoclipes no YouTube. Além disso, a rede de televisão dos Estados Unidos CBS também vai distribuir conteúdo no site. Há também acordos com empresas como Warner e a rede de TV NBC.
Gravadoras como Universal, Sony BMG e Warner receberam pequenas parcelas do YouTube durante as negociações para autorizar a veiculação de vídeos de seus artistas. Com a venda para o Google, elas faturaram juntas US$ 50 milhões, segundo reportagem de quinta-feira no "New York Times".

Novas parcerias
Google e YouTube dizem que estão correndo para realizar novas parcerias. No entanto, ainda há várias gravadoras e estúdios de TV e cinema que não têm acerto com o site e cujo conteúdo está presente no YouTube.
No mês passado, antes do acerto com o site de vídeos, o executivo-chefe da Universal, Doug Morris, afirmou que YouTube e MySpace (popular site de relacionamento nos EUA) eram "violadores de direitos autorais" e que deviam "dezenas de milhões de dólares" à gravadora.


Com agências internacionais

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