São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 2002

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R$ 26,7 BI A MENOS

Resgate de papéis também ajuda no recuo do endividamento em títulos do Tesouro

Queda do dólar alivia a dívida mobiliária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dívida assumida pelo governo federal por meio da emissão de títulos públicos caiu R$ 26,7 bilhões no mês passado, graças ao recuo do dólar ocorrido no período. Com essa queda, a chamada dívida mobiliária chegou a R$ 632,1 bilhões, de acordo com dados do Tesouro Nacional e do Banco Central.
Do total de dívida em títulos do governo, 37,97% são corrigidos pela variação do dólar. Por isso, as oscilações da taxa de câmbio têm forte impacto no endividamento. Em outubro, o dólar caiu 6,4%, segundo a cotação média calculada pelo BC.
A queda registrada pela dívida mobiliária também se explica pelos resgates feitos pelo governo no mês passado, ou seja, nem todos os títulos que venceram em outubro foram substituídos por novos papéis emitidos pelo Tesouro ou pelo BC.
Os resgates foram principalmente de títulos corrigidos pela taxa de câmbio. Em outubro, esses vencimentos somaram aproximadamente R$ 23 bilhões, dos quais apenas 40% foram renovados.
O chefe da divisão de operações do BC, João Henrique Simão, disse ontem que, neste mês, as rolagens da dívida cambial tiveram resultados diferentes, com a taxa de renovação ficando próxima a 80%.
Os papéis cambiais vendidos nas operações de rolagem da dívida pagam aos investidores toda a variação da taxa de câmbio que ocorrer em determinado período. Eles são usados por empresas que buscam "hedge" cambial, ou seja, que querem se proteger de uma eventual alta do dólar.
A maior procura pelos papéis cambiais emitidos pelo BC reflete, em parte, a queda do dólar ocorrida nas últimas semanas.


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