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CÚPULA
País era o oitavo na América Latina em 2001 no levantamento do Banco Mundial sobre competitividade no setor
Brasil lidera ranking de tecnologia na AL
DOS ENVIADOS AO RIO
Em um ano, o Brasil deu um
salto e passou à liderança da América Latina no ranking de competitividade global em tecnologia da
informação, elaborado pelo Banco Mundial. No relatório referente a 2001, o país ocupava o oitavo
posto. Em outro levantamento, da
ONU (Organização das Nações
Unidas), também era oitavo.
O resultado foi apresentado ontem no primeiro dia da Cúpula de
Negócios da América Latina, no
Rio, uma espécie de apêndice do
Fórum Econômico Mundial. O
documento final, com números
globais, será divulgado em janeiro, durante a reunião anual do Fórum, em Davos (Suíça).
Embora a metodologia tenha sido modificada em relação à de
2001, os autores do relatório foram enfáticos ao ressaltar os
avanços no setor. O que permitiu
ao país avançar ao primeiro posto, segundo eles, foi um desenvolvimento saudável do mercado local, acompanhado de um fortalecimento da aplicação de tecnologia da informação no setor empresarial. Em uma escala de 7
pontos, o país tem nota 4,4. Na sequência, estão o Chile, com 4,1
pontos, e a Argentina, com 3,62.
Estados Unidos, Suécia e Cingapura estão entre os melhores do
ranking, com notas próximas a 7.
Nas piores posições entre os 21
países latino-americanos estudados estão Nicarágua (2,39), Honduras (2,34) e Haiti (2,06).
Foram avaliados três atores na
medição do grau de desenvolvimento do setor: o governo, as empresas e as pessoas físicas.
"Basicamente, o fio condutor
desse avanço brasileiro foram os
investimentos maciços em telecomunicações (pelo setor privado),
o "e-government" -como concorrências públicas com editais
on-line ou o pagamento de Imposto de Renda pela internet- e
a introdução de tecnologia da informação nas escolas (difusão de
acesso à internet)", disse Fiona
Paua, economista do Fórum e
uma das autoras do relatório.
"Seria ótimo se, em toda a América Latina, houvesse a melhor estrutura e tecnologia. Mas, tão importante quanto implantá-las, é
permitir que o indivíduo comum
tenha acesso", disse Bruno Lanvin, diretor do Banco Mundial.
De acordo com Soumitra Dutta,
outro dos co-autores do relatório,
para avançar em nível global o
país precisa fomentar o acesso de
novos usuários em diferentes setores da sociedade. "É preciso
promover a tecnologia em hospitais, em escolas, em repartições
públicas, enfim, popularizá-la".
Por iniciativa do Fórum, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) está
mapeando a exclusão digital no
país, com base em dados do censo
e da Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios), do IBGE. Segundo as conclusões iniciais, 87% dos brasileiros não têm
computador em casa. Entre os
classificados como miseráveis, o
valor sobe para 98,5%.
(JBN e JAD)
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