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SP poderia cortar pessoal, diz ex-secretário
JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O governo de São Paulo poderia
se desfazer de 7.000 funcionários
da Secretaria da Fazenda -cerca
de 90% do efetivo-, sem que os
efeitos dessa diminuição afetassem a qualidade dos serviços.
Foi o que disse ontem no Rio,
em um dos painéis da Cúpula de
Negócios da América Latina, o ex-secretário do Estado Yoshiaki Nakano. Segundo ele, independentemente da qualidade dos servidores, ocorreu uma informatização
maciça de serviços e a disponibilidade on-line da fiscalização e do
recolhimento de impostos.
Eram 11 mil os servidores em
1995. Em 2001, haviam sido reduzidos, aproximadamente, para
8.000. Mas apenas mil seriam,
teoricamente, necessários para
que a secretaria funcionasse. A
ociosidade é mantida pela impossibilidade de demissão maciça.
Nakano, que pertenceu por seis
anos ao secretariado de Mário
Covas, citou o exemplo em meio a
uma troca de idéias sobre o serviço público na América Latina, que
é apontado, embora marginalmente, como um dos gargalos para que na região as reformas macroeconômicas tenham falhado.
Henrique de Campos Meirelles,
ex-presidente mundial do Bank
Boston, citou de forma meio jocosa exemplos de conteúdo oposto.
Disse ter encontrado na América
Latina funcionários do primeiro
escalão absolutamente preparados e "dispostos a tomar [com petulância] decisões que semeassem
o caos no mercado".
Segundo o debate, tratava-se
ainda de saber de que maneira as
instituições públicas foram tratadas no quadro da acelerada modernização da região nos anos 90.
Felipe Larraín, professor da
Universidade Católica do Chile,
disse, por exemplo, que faltou fortalecer o Judiciário e dar a ele
transparência e independência
dos interesses privados. Sem isso,
os agentes econômicos não teriam tido a necessária segurança.
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