São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 2002

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SP poderia cortar pessoal, diz ex-secretário

JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O governo de São Paulo poderia se desfazer de 7.000 funcionários da Secretaria da Fazenda -cerca de 90% do efetivo-, sem que os efeitos dessa diminuição afetassem a qualidade dos serviços.
Foi o que disse ontem no Rio, em um dos painéis da Cúpula de Negócios da América Latina, o ex-secretário do Estado Yoshiaki Nakano. Segundo ele, independentemente da qualidade dos servidores, ocorreu uma informatização maciça de serviços e a disponibilidade on-line da fiscalização e do recolhimento de impostos.
Eram 11 mil os servidores em 1995. Em 2001, haviam sido reduzidos, aproximadamente, para 8.000. Mas apenas mil seriam, teoricamente, necessários para que a secretaria funcionasse. A ociosidade é mantida pela impossibilidade de demissão maciça.
Nakano, que pertenceu por seis anos ao secretariado de Mário Covas, citou o exemplo em meio a uma troca de idéias sobre o serviço público na América Latina, que é apontado, embora marginalmente, como um dos gargalos para que na região as reformas macroeconômicas tenham falhado.
Henrique de Campos Meirelles, ex-presidente mundial do Bank Boston, citou de forma meio jocosa exemplos de conteúdo oposto. Disse ter encontrado na América Latina funcionários do primeiro escalão absolutamente preparados e "dispostos a tomar [com petulância] decisões que semeassem o caos no mercado".
Segundo o debate, tratava-se ainda de saber de que maneira as instituições públicas foram tratadas no quadro da acelerada modernização da região nos anos 90.
Felipe Larraín, professor da Universidade Católica do Chile, disse, por exemplo, que faltou fortalecer o Judiciário e dar a ele transparência e independência dos interesses privados. Sem isso, os agentes econômicos não teriam tido a necessária segurança.


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