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MERCADO FINANCEIRO
Nem clima ruim no mercado internacional segurou Bovespa, que fechou com valorização de 2,08%
Após Copom, Bolsa supera os 19 mil pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia ruim no mercado externo, sacudido por novos atentados
terroristas, não foi suficiente para
segurar a Bovespa. Com um corte
nos juros básicos mais forte que o
esperado pelo mercado, a Bolsa
de Valores de São Paulo bateu um
novo recorde histórico e fechou
acima dos 19 mil pontos pela primeira vez.
A redução da taxa básica de 19%
para 17,5% deu novo ânimo ao
mercado de ações. O Ibovespa registrou alta de 2,08% e alcançou
os 19.199 pontos, maior patamar
desde a criação do índice, em janeiro de 1968.
O pregão de ontem foi marcado
por dois momentos distintos. Pela manhã, a euforia com o corte de
1,5 ponto percentual na Selic foi
em parte contida pelo cenário internacional, que vivia clima de temor de novos ataques terroristas.
Nos negócios da tarde, a Bovespa se descolou de vez do mercado
internacional para cravar mais
um recorde. O volume movimentado no pregão de ontem ficou
em R$ 1,06 bilhão.
A disparada das ações preferenciais da Telemar, que fecharam
com ganho de 4,10%, foi fundamental para a valorização da Bolsa paulista. É que os papéis da tele
concentraram quase 20% dos negócios. O destaque de valorização
ficou com as ações preferenciais
da Eletropaulo, que fecharam
com ganho de 12,8%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o dia foi de ajustes. Todos os contratos DI -que
consideram os juros das operações entre bancos- recuaram.
As instituições financeiras tiveram de rever suas projeções para
os juros futuros. A movimentação
foi forte, com mais de 500 mil
contratos negociados.
No contrato DI de prazo mais
curto, a taxa caiu de 17,91% para
17,26% anuais. No papel de maior
liquidez, com prazo em julho, a
taxa recuou de 16,98% para
16,38%.
As taxas dos contratos de ontem
apontam a expectativa das instituições financeiras de que os juros
básicos devem ser cortados em
0,5 ponto percentual (para 17%)
na última reunião do Copom do
ano, a ser realizado daqui a cerca
de um mês.
Os títulos da dívida brasileira
mais negociados no exterior, os
C-Bonds, também atingiram um
novo nível recorde. Os papéis fecharam ontem com alta de 0,79%,
a US$ 0,9556.
(FABRICIO VIEIRA)
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