São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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MERCADO ABERTO

BC deve manter o gradualismo

Apesar da forte desaceleração da economia, o Banco Central deve manter um ritmo gradual de corte dos juros, na opinião do economista Paulo Leme, do Goldman Sachs. Na reunião do Copom desta semana, ele aposta numa queda de 0,5 ponto percentual, para 18,5%.
Leme não acha uma contradição o fato de o Banco Central preferir manter a mesma velocidade no processo de redução da taxa em um momento em que a economia mostra sinais preocupantes de queda. Ele próprio prevê um crescimento do PIB de apenas 0,7% no terceiro trimestre, o que indicaria uma expansão entre 3% e 3,25% no ano.
Para Leme, a decisão de manter a política de corte gradual dos juros é uma escolha melhor do que a de uma redução maior, como de 0,75 ponto percentual -como alguns economistas chegaram a prever-, e depois ter que recuar. O custo de um retrocesso como esse é muito maior para a economia. Além disso, 0,25 ponto percentual não implicaria muitas mudanças no ritmo de crescimento da economia.
Leme argumenta que, diferentemente do que se costuma falar, não é o ciclo prolongado de alta dos juros o principal responsável pela queda da velocidade da expansão. Segundo ele, há outros empecilhos que impedem o país de crescer num ritmo maior. Entre eles, o excesso de carga tributária, as incertezas regulatórias e, por último, a crise política.
De acordo com ele, a crise política, que se arrasta há seis meses, criou um desânimo muito grande no ambiente empresarial e, certamente, atrasou a decisão de novos investimentos.
Sobre a queda-de-braço entre os ministros Antonio Palocci e Dilma Rousseff, Leme diz não acreditar numa mudança na política econômica. "A política vai ser essa, e acertadamente", afirma. Isso, é claro, num cenário em que Palocci e "seu co-piloto" Henrique Meirelles seguem à frente da política econômica.

TOPO PAULISTANO
São Paulo ganha amanhã um novo arranha-céu, numa região com um dos metros quadrados mais caros da cidade, a Vila Olímpia. Empreendimento de R$ 170 milhões, o e-Tower, na rua Funchal, tem 37 andares e 147 m de altura, o que o coloca entre os edifícios mais altos da capital. "Apesar da altura, nos preocupamos com sua integração com o entorno, por isso o e-Tower tem três níveis, um com seis pavimentos, outro com 18 e um terceiro com os 37", diz Luiz Felipe Aflalo, do escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini, responsável pelo projeto. Em 2003, a obra chegou a ser suspensa após a prefeitura descobrir que a incorporadora do edifício, a Munir Abbud, havia escavado irregularmente parte de uma área pública. O próximo projeto do escritório é a reformulação do "esqueleto" da Eletropaulo, na mesma região.

PPP PAULISTA
O secretário de Economia e Planejamento de SP, Martus Tavares, se reúne na Abdib, na sexta, com cerca de 70 empresários do setor de infra-estrutura. O objetivo é apresentar detalhes dos projetos do programa de PPP do governo paulista e buscar parceiros privados para a implementação das primeiras obras nesse regime no Estado. O primeiro projeto no programa deve ser a expansão do metrô paulistano.

PÉ NO RIO
Com investimento de mais de R$ 1 milhão, a Pizza Hut abre no fim do mês sua segunda unidade no Rio, na Barra. Será o 66º restaurante da rede no Brasil.

UNIVERSIDADE NA COPA
A Namosca, agência de marketing universitário, lançou o projeto "Copa do Mundo na Facul". A primeira etapa será um campeonato universitário de futebol, nos meses que antecedem a Copa na Alemanha. Mais tarde, simultaneamente aos jogos da seleção brasileira e em arenas especialmente montadas, a agência promoverá eventos como mesas-redondas com humoristas e shows. A expectativa é que cerca de 10 mil universitários participem de cada etapa do projeto.

PARCERIA NO MERCOSUL
O Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) prepara uma cooperação com a organização argentina Grupo Unidos del Sud, conhecido por desenvolver programas em várias áreas para os problemas do país e realizar ações como a análise do Orçamento. O instituto deverá emprestar seu conhecimento em análise da concorrência e ajudar a estruturar uma equipe no "vizinho", além de entrar em contato com empresas argentinas de setores deficientes.

SERVIÇOS EM DEBATE
Preocupada com o que classifica como tímida participação dos representantes do setor de serviços nas negociações comerciais multilaterais, a Fecomercio SP criou um grupo de trabalho para a discussão das propostas. Além do grupo, intitulado "Diálogo de Serviços", a entidade também criou um conselho de relações internacionais, presidido por Rubens Ricupero, ex-secretário-geral da Unctad. Segundo Mário Marconini, diretor do grupo, a intenção é evitar que o setor seja usado como moeda de troca nas negociações da OMC e da Alca, sem que as propostas sejam debatidas com os representantes brasileiros. "Há um grande desconhecimento no Brasil sobre o que é debatido em relação a serviços. Queremos levar esse debate para as entidades." O grupo será formado por várias entidades representativas dos setores de comércio e serviços. Entre elas, Abdib (indústria de base), Bovespa, Febraban (bancos), BM&F e ABCR (concessões rodoviárias). A primeira reunião será amanhã, na Fecomercio SP.

EQUILIBRISTA
Defensor de "práticas" como o autoconhecimento e o genuíno interesse e apontado pela revista "The Economist" como um dos 200 "headhunters" mais influentes do mundo, o brasileiro de origem chinesa Robert Wong lança hoje, em São Paulo, o livro "O Sucesso Está no Equilíbrio" (ed. Campus/Elsevier). Na obra, ele contraria sensos comuns como o de que vale qualquer sacrifício para chegar ao topo ou o de que o mais importante é saber gerir pessoas. "É necessário antes saber qual sua vocação e identidade, que o levará ao autoconhecimento, senão você pode se tornar um pseudolíder", diz Wong, que, de 1995 a 2002, comandou no país a gigante mundial de recrutamento Korn Ferry e, hoje, tem uma empresa de ensino corporativo voltada a programas customizados.


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