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MERCADO FINANCEIRO
Taxa deve cair de 19% para 18,5% em reunião do Copom que começa amanhã; poucos apostam em corte de 0,75
Analistas esperam queda de 0,5 ponto no juro
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma queda de 0,5 ponto percentual dos juros é a expectativa
predominante entre analistas do
mercado financeiro para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central),
na quarta-feira. Caso as projeções
se confirmem, a taxa, hoje em
19%, cairia para 18,5% ao ano.
Muitos analistas ressaltam que
vêem uma possibilidade pequena
de o BC (Banco Central) promover um corte mais agressivo, de
0,75 ponto percentual. As projeções da inflação para 2005 e 2006
estão convergindo para as metas.
O declínio dos preços internacionais de petróleo e a queda do
dólar reduziram parte da incerteza remanescente sobre o cenário
externo e a possibilidade de pressões de custo. Além disso, dados
de produção industrial mostram
desaceleração nos últimos meses.
Para alguns economistas, porém, ainda não há dados suficientes para acreditar que esteja havendo um desaquecimento que
possa contaminar o quarto trimestre de forma mais aguda.
"O BC vai esperar os números
do PIB do terceiro trimestre no final deste mês e os dados de produção de outubro para decidir se
corta mais rápido ou não", diz
Marcelo Salomon, do Unibanco,
que estima meio ponto percentual de redução de juros. Economistas do Bradesco, Octavio de
Barros, e do Banco Real ABN Amro também afirmam esperar que a
opção do Banco Central será trazer a taxa de juros para 18,5%.
As expectativas inflacionárias
para 2006 permaneceram estáveis
desde a última reunião do Copom, mas a inflação acelerou-se
mais do que o esperado em outubro. Por esse conjunto de fatores,
a maioria dos analistas aposta que
a aceleração da queda de juros poderá ocorrer nos próximos meses,
mas que é pouco provável que
aconteça já nesta semana.
"Estamos com 50 pontos de
corte. A atividade industrial vem
fraca, mas o comércio está melhor, com a recuperação da renda.
A combinação de renda em alta e
pressão de oferta tende a deixar o
BC mais avesso a cortes mais
agressivos", diz Caio Megale, economista da Mauá Investimentos.
Os aumentos das taxas de juros
desde setembro 2004 estão surtindo efeito sobre a inflação.
"A desindexação das tarifas de
telefonia e de distribuição de
energia no ano que vem deverão
corroborar nessa direção. Sem
contar a dinâmica da curva de juros americana está tranqüila nesse momento", lembra Mohamed
Mourabet, do Victoire Finance
Capital, para quem existe uma
boa probabilidade de que o BC seja mais agressivo e reduza os juros
em 0,75 ponto percentual.
Críticas de membros do governo à equipe econômica também
não ajudam a apressar os cortes.
"Com as fricções políticas existentes no Brasil, com o ministro
Palocci [da Fazenda] e a ministra
Dilma Rousseff, [da Casa Civil]),
um movimento agressivo pode sinalizar que se sucumbiu a pressões", diz Mourabet.
Queda maior?
"Provavelmente, o Copom cortará meio ponto, mas o BC deveria cortar 1,5, enquanto o cenário
internacional é benigno e as pressões políticas sobre a política econômica se intensificam. Essa calmaria não vai continuar em
2006", diz Marcelo Ribeiro, da
Pentágono Asset Management.
Solange Srour Chachamovitz,
da Mellon Global Investments
também espera corte de meio
ponto, com "uma probabilidade
pequena de redução de 0,75 ponto percentual".
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