JONATHAN BIRCHALL
DO "NEW YORK TIMES"

O Wal-Mart revelou uma nova arma em sua amarga batalha política contra os críticos da empresa nos Estados Unidos, ao lançar o mais abrangente estudo conduzido até hoje quanto ao impacto da rede sobre a economia norte-americana.
O estudo feito pela Global Insight, empresa de pesquisa econômica, estuda o impacto econômico do grupo de varejo nos EUA ao longo dos últimos 20 anos, durante os quais o Wal-Mart ampliou sua rede para mais de 3.000 "supercenters" e lojas de descontos, responsáveis por cerca de 4,4% das vendas do varejo no país.
As conclusões do estudo sustentam a afirmativa feita várias vezes pelo Wal-Mart de que a empresa propiciou benefícios ao consumidor norte-americano médio.
O estudo estima que a cadeia tenha propiciado economia média de US$ 2.329 a cada domicílio do país em 2004, tanto como resultado dos seus baixos preços quanto indiretamente.

Empregos
Quanto às questões mais controversas, como o impacto da empresa sobre o nível de emprego e de salário, a pesquisa concluiu que o total líquido adicional de empregos criado pela Wal-Mart em 2004 foi de 210 mil postos, ou 10% dos empregos criados no país naquele ano.
Mas também constatou que a Wal-Mart havia causado queda de 2,2% nos salários gerais -um dos argumentos centrais dos críticos da empresa.
No entanto, a pesquisa diz que não existe prova de que o Wal-Mart pague salários abaixo da média do mercado e assevera que a queda em salários nominais foi compensada pelo impacto sobre os preços ao consumidor, o que teria resultado em 0,9% de aumento líquido na renda disponível dos americanos em 2004.
Os executivos da Wal-Mart afirmam que a equipe da Global Insight teve acesso sem precedentes aos dados da empresa durante os 12 meses do estudo. Os resultados da pesquisa foram avaliados por um painel independente formado por três economistas conhecidos.
Bob McAdam, que comanda as relações públicas do Wal-Mart nos EUA, diz que a cadeia desejava produzir um estudo mais definitivo sobre seu impacto econômico do que trabalhos anteriormente publicados por economistas cujo acesso aos dados era mais limitado.
O Wal-Mart apresentou as conclusões do relatório em uma conferência em Washington, que coincidiu com o lançamento, neste mês, de um documentário dirigido por Robert Greenwal, "The High Cost of Low Price" [O Alto Custo do Preço Baixo], que acusa a empresa de destruir empregos locais e de explorar seus trabalhadores.
O filme está sendo promovido pela Wake Up Wal-Mart, campanha de base lançada há alguns meses e bancada principalmente pelo UFCW, sindicato dos funcionários do setor de hortifrutigranjeiros da empresa.
Na sexta-feira, o Wal-Mart aproveitou o relatório para extrair conclusões sobre os benefícios econômicos de abrir lojas em Nova York, Los Angeles e Chicago, três mercados nos quais a cadeia de varejo enfrenta forte resistência de políticos, sindicatos e grupos comunitários.


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