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Foco
Nobel de Economia prevê recessão de até três anos com reflexo em emergente
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de afirmar que a
recessão americana e européia durará de dois a três
anos, o que certamente terá
impactos nos países em desenvolvimento, o prêmio
Nobel de economia de 2001,
Michael Spence, disse acreditar que o Brasil está bem
preparado para enfrentar a
crise e se mostrou "cautelosamente otimista" com as
perspectivas do país.
Spence, professor da Universidade Stanford (EUA),
está no Rio para o encontro
anual das associações latino-americanas e caribenhas de
Economia e de Econometria.
Para ele, mesmo com a
queda no preço das commodities, o que deverá causar
perdas, o Brasil tem condições de passar bem pela crise, até porque o setor agrícola tende a ser menos afetado
que outros. "As pessoas não
param de comer na crise. Os
preços não devem cair como
acontecerá com outros produtos, como carros, que as
pessoas param de comprar
quando a renda cai."
Outro economista ganhador do Nobel (de 2000) presente ao encontro, Daniel
McFadden, da Universidade
da Califórnia (EUA), disse,
porém, que o Brasil precisa
estar preparado para a queda
no preço das commodities.
"Haverá um período de deflação, ou próximo disso,
particularmente nos bens
primários. Países que, como
o Brasil, estavam bem quando o preço das commodities
estava alto, terão que se preparar para essa nova fase." O
economista disse que parte
da solução para o problema
passa por aportes de crédito
e estímulo fiscal, se necessário, além de investimento
em infra-estrutura e na melhoria de produtividade.
Sobre a possibilidade de
recessão em países em desenvolvimento, Spence não
acha que a crise chegará a tal
ponto. "Se a China cair da taxa de 9% para 4% ou 6%, não
se sentirá bem, mas não será
o que chamamos recessão."
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