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Deflação realimenta fuga para segurança, e títulos do Tesouro dos EUA já pagam 0%
DO "FINANCIAL TIMES"
Temores de uma recessão severa abalaram novamente os
mercados financeiros ontem
com dados ruins de desemprego nos Estados Unidos levando
as taxas de juros de longo prazo
na maior economia do mundo a
recordes de baixa.
Notícias econômicas ao redor do mundo ontem foram
uniformemente ruins, como a
queda das exportações japonesas, ameaçando intensificar
ainda mais a recessão do país
asiático, e a redução inesperada
da taxa de juros suíça em um
ponto percentual, para tentar
conter a desaceleração. Na China, autoridades alertaram de
que as perspectivas de emprego
são "sombrias", com a crise financeira global causando mais
fechamento de fábricas no setor exportador.
"Isso tudo está ligado à deflação", disse Alan Ruskin, estrategista da RBS Greenwich Capital. "Os índices podem cair e
ficar baixos por longo período."
Além do anúncio de anteontem da queda recorde na inflação americana em um mês, o
risco crescente de um danoso
ciclo deflacionário detonou
uma venda generalizada de
ações e levou o preço do petróleo para abaixo de US$ 50 pela
primeira vez desde 2005.
"Por algum tempo a questão
foi se a deflação seria do tipo
benigna, com o recuo nas commodities estimulando o consumo, ou uma espiral maligna, de
preços em queda elevando o
endividamento", afirmou Julian Jessop, economista da consultoria Capital Economics.
"Os números agora apontam
para o tipo maligno."
O espectro da deflação levou
os títulos dos governos nos
EUA e na Europa a baixas históricas ontem, com investidores nervosos buscando nesses
papéis soberanos proteção
contra a turbulência que derruba ações e outros ativos.
Alguns títulos do Tesouro
americano de curto prazo foram cotados a 0%, enquanto os
de dois e 30 anos registraram os
menores juros desde que passaram a ser emitidos regularmente, nos anos 1970. O título
de cinco anos estava no menor
nível desde 1954. No Reino
Unido, o título de dois anos baixou ao seu menor nível desde a
Segunda Guerra (1939-45).
"Com os últimos dados de
deflação, não só nos EUA mas
globalmente, o mundo está começando a erguer um cenário
deflacionário de estilo japonês", disse Jim Caron, do banco
americano Morgan Stanley.
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