São Paulo, quinta, 22 de janeiro de 1998.



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TELECOMUNICAÇÕES
Presidente da Telebrás diz que redução nas cotações é "natural" com a cisão das 26 subsidiárias
Divisão deve derrubar ações das "teles"

FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

As ações das empresas estaduais de telefonia cairão de preço no próximo dia 2 de fevereiro, primeiro dia útil após a cisão das "teles" em uma companhia de telefonia fixa e outra de telefonia móvel.
A cisão de cada uma das 26 subsidiárias da Telebrás em duas empresas distintas está prevista no modelo de privatização do setor e ocorrerá no dia 30 de janeiro, quando serão realizadas assembléias de acionistas em todo o país.
A queda das ações foi prevista ontem pelo próprio presidente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira. "A derrubada do preço dessas ações é uma consequência natural da cisão", afirmou.
Na última segunda-feira, diretores de todas as "teles" se reuniram em Brasília para acertar os últimos detalhes dessa cisão.
Divisão
Os investimentos, o patrimônio e os funcionários das "teles" que estão relacionados com a telefonia celular -inclusive clientes- serão repassados para as novas empresas, sendo absorvidos como receitas, despesas, ativos e passivos.
O presidente da Telebrás informou que as ações das "teles" celulares não estarão sendo negociadas já no dia 2 de fevereiro.
Portanto, a queda prevista por ele afetará apenas as "teles" que ficarão com as operações de telefonia fixa. "A voz mais forte é a do mercado."
Fato lógico
Ferreira considera a queda no preço dessas ações como um fato "lógico", pois "o mercado deverá analisar o novo valor das novas empresas, seus ativos, passivos e receitas".
Ele disse que as informações sobre a cisão das subsidiárias da Telebrás "serão de domínio público", mas que a análise desses dados por parte do mercado "não é gerenciável".
O presidente da Telebrás disse que os acionistas das empresas estaduais de telefonia manterão a mesma participação acionária após a cisão. Ou seja: eles terão o mesmo percentual de ações em cada uma das duas empresas criadas a partir do dia 30 de janeiro.
"O acionista continuará tendo o mesmo valor de ações que tem hoje, antes da cisão", afirmou.
Resultados
Ferreira divulgou ontem o lucro líquido obtido pelas 28 empresas ligadas à Telebrás em 1997. Em valores nominais, o maior lucro líquido foi obtido pela Telesp: R$ 1,140 bilhão, o que representa um acréscimo de 40,34% em relação a 1996.
Percentualmente, a melhor performance do ano passado foi atingida pela Telerj, cujo lucro líquido cresceu 296,98% em relação a 1996 (subiu de R$ 64,161 milhões para R$ 254,708 milhões).
Das 28 empresas, 10 apresentaram redução no lucro líquido em 1997, quando comparado com 1996. Nenhuma das 28 empresas obteve prejuízo no ano passado.
Ferreira disse que os resultados da Telebrás deverão ser divulgados na próxima semana.



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