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PAPEL & CELULOSE
Champion paga R$ 84 mi por Inpacel e BAF
LUIZ CINTRA
da Reportagem Local
A indústria norte-americana de
papel Champion comprou ontem
por R$ 84 milhões a Inpacel e a
BAF (Bamerindus Agro-Florestal), empresas que pertenciam ao
Grupo Bamerindus e estavam sob
o controle do Banco Central.
A Champion foi a única empresa
a entrar no leilão e pagou o preço
mínimo definido pela consultoria
N.M. Rothschild, escolhida pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para avaliar as empresas e
montar a operação de venda.
A indústria de papel de revista
Inpacel e a BAF, fazenda com uma
área de 55 mil hectares usada para
a plantação de pinus, foram vendidas em bloco, por R$ 10 milhões e
R$ 74 milhões, respectivamente.
Em dezembro, diante da falta de
interessados, as duas empresas foram reavaliadas e o preço mínimo
pedido caiu R$ 54 milhões.
A associação que reúne 800 acionistas minoritários do Bamerindus pretende entrar na semana
que vem com uma ação pedindo a
anulação do leilão.
Os minoritários questionam o
valor pedido pela Inpacel -no balanço do Bamerindus de março de
97, a empresa, vendida ontem por
R$ 10 milhões, aparece contabilizada por R$ 710 milhões.
A Inpacel, no entanto, possui dívida de R$ 299 milhões, que agora
passa para a Champion.
Dessa dívida, antes de curto prazo, R$ 283 milhões foram renegociados pelo BNDES e o Banco do
Brasil, que deram prazo de oito
anos para o pagamento, com um
ano de carência.
Dos R$ 84 milhões a serem pagos
pelas duas empresas, 30% será à
vista -o restante será em seis
anos, com as parcelas corrigidas
pelo IGPM (hoje em 8% ao ano).
A Champion terá ainda de investir na modernização e ampliação
da Inpacel, situada no Paraná, para tirá-la do vermelho -em 96, teve prejuízo de R$ 65 milhões.
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