São Paulo, quinta, 22 de janeiro de 1998.



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PAPEL & CELULOSE
Champion paga R$ 84 mi por Inpacel e BAF

LUIZ CINTRA
da Reportagem Local

A indústria norte-americana de papel Champion comprou ontem por R$ 84 milhões a Inpacel e a BAF (Bamerindus Agro-Florestal), empresas que pertenciam ao Grupo Bamerindus e estavam sob o controle do Banco Central.
A Champion foi a única empresa a entrar no leilão e pagou o preço mínimo definido pela consultoria N.M. Rothschild, escolhida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para avaliar as empresas e montar a operação de venda.
A indústria de papel de revista Inpacel e a BAF, fazenda com uma área de 55 mil hectares usada para a plantação de pinus, foram vendidas em bloco, por R$ 10 milhões e R$ 74 milhões, respectivamente.
Em dezembro, diante da falta de interessados, as duas empresas foram reavaliadas e o preço mínimo pedido caiu R$ 54 milhões.
A associação que reúne 800 acionistas minoritários do Bamerindus pretende entrar na semana que vem com uma ação pedindo a anulação do leilão.
Os minoritários questionam o valor pedido pela Inpacel -no balanço do Bamerindus de março de 97, a empresa, vendida ontem por R$ 10 milhões, aparece contabilizada por R$ 710 milhões.
A Inpacel, no entanto, possui dívida de R$ 299 milhões, que agora passa para a Champion.
Dessa dívida, antes de curto prazo, R$ 283 milhões foram renegociados pelo BNDES e o Banco do Brasil, que deram prazo de oito anos para o pagamento, com um ano de carência.
Dos R$ 84 milhões a serem pagos pelas duas empresas, 30% será à vista -o restante será em seis anos, com as parcelas corrigidas pelo IGPM (hoje em 8% ao ano).
A Champion terá ainda de investir na modernização e ampliação da Inpacel, situada no Paraná, para tirá-la do vermelho -em 96, teve prejuízo de R$ 65 milhões.



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