São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2006

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"Não podemos ficar de fora da TV digital"

DO COLUNISTA DA FOLHA

Leia a seguir a continuação da entrevista com Ricardo K, quando ele fala sobre os planos da Brasil Telecom.

Folha - Quais são os planos da Brasil Telecom?
Ricardo K -
Nós estamos, neste momento, vivendo uma grande mudança no mercado de telecomunicações. Há uma tendência à queda do tráfico de voz, historicamente o principal negócio das grandes operadoras. Neste primeiro semestre, nós lançaremos três produtos inovadores.
O primeiro será um terminal móvel, que irá integrar telefone fixo e móvel. Hoje, mais de 30% dos consumidores, mesmo tendo o telefone fixo em casa, que custa um décimo, preferem usar o celular. Nosso produto permite que a ligação curse pela rede fixa mais barata e tem a conveniência da agenda do celular. Lançaremos também a nossa IPTV, para entrar no mundo da televisão sob demanda para os nossos clientes. O terceiro produto é o VoIP fone.

Folha - E o celular?
Ricardo K -
O atraso no lançamento do celular na Brasil Telecom fez com que a companhia fosse a quarta entrante no seu mercado. O motor de crescimento de uma empresa de telecom hoje é o celular. Enquanto a telefonia fixa cai entre 4% e 6% ao ano no Brasil, o tráfego na telefonia celular continua aumentando, acima de dois dígitos por ano.
Nós já alcançamos a marca de 2,2 milhões de clientes. Pretendemos, no final deste ano, chegar a 3 milhões, e, no início de 2007, já vamos estar com a operação equilibrada. Hoje, essa é uma operação que ainda drena recursos.

Folha - Qual a estratégia da empresa para a área da internet?
Ricardo K -
Nós temos três portais: o iG, o BRturbo e o Ibest. Já fizemos a integração operacional, que representa não só cortes de custos mas unidades de estratégias. Os três portais têm hoje os mesmos diretores. Nós estamos acompanhando com atenção os movimentos do mercado, inclusive o lançamento de ações do UOL. Nós vamos anunciar uma estratégia arrojada em breve.

Folha - E sobre a TV digital?
Ricardo K -
A discussão da TV digital é muito mais do que a simples definição do padrão de qualidade de uma televisão. Até o nome é enganoso porque o que está por trás é a capacidade de explorar um novo modelo de negócio no país. Nós, empresas de telecomunicação, também podemos oferecer para os clientes serviços de interatividade, hoje exclusivos da DTH e TV a cabo.
O Brasil é um grande exportador de conteúdo -exportamos novelas para todo o mundo, por exemplo- e tem uma espetacular infra-estrutura de telecomunicações. A convergência tecnológica rompe as barreiras e não há uma regulação de nossos serviços possíveis com a introdução do sinal digital. O nosso pleito é que as discussões não se restrinjam sobre qual é o melhor modelo de televisão, mas que se olhe muito mais do que isso. Não podemos ficar alijados desse processo.


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