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"Não podemos ficar
de fora da TV digital"
DO COLUNISTA DA FOLHA
Leia a seguir a continuação da
entrevista com Ricardo K, quando ele fala sobre os planos da Brasil Telecom.
Folha - Quais são os planos da
Brasil Telecom?
Ricardo K - Nós estamos, neste
momento, vivendo uma grande
mudança no mercado de telecomunicações. Há uma tendência à
queda do tráfico de voz, historicamente o principal negócio das
grandes operadoras. Neste primeiro semestre, nós lançaremos
três produtos inovadores.
O primeiro será um terminal
móvel, que irá integrar telefone fixo e móvel. Hoje, mais de 30%
dos consumidores, mesmo tendo
o telefone fixo em casa, que custa
um décimo, preferem usar o celular. Nosso produto permite que a
ligação curse pela rede fixa mais
barata e tem a conveniência da
agenda do celular. Lançaremos
também a nossa IPTV, para entrar no mundo da televisão sob
demanda para os nossos clientes.
O terceiro produto é o VoIP fone.
Folha - E o celular?
Ricardo K - O atraso no lançamento do celular na Brasil Telecom fez com que a companhia
fosse a quarta entrante no seu
mercado. O motor de crescimento de uma empresa de telecom
hoje é o celular. Enquanto a telefonia fixa cai entre 4% e 6% ao
ano no Brasil, o tráfego na telefonia celular continua aumentando,
acima de dois dígitos por ano.
Nós já alcançamos a marca de
2,2 milhões de clientes. Pretendemos, no final deste ano, chegar a 3
milhões, e, no início de 2007, já
vamos estar com a operação equilibrada. Hoje, essa é uma operação que ainda drena recursos.
Folha - Qual a estratégia da empresa para a área da internet?
Ricardo K - Nós temos três portais: o iG, o BRturbo e o Ibest. Já fizemos a integração operacional,
que representa não só cortes de
custos mas unidades de estratégias. Os três portais têm hoje os
mesmos diretores. Nós estamos
acompanhando com atenção os
movimentos do mercado, inclusive o lançamento de ações do
UOL. Nós vamos anunciar uma
estratégia arrojada em breve.
Folha - E sobre a TV digital?
Ricardo K - A discussão da TV digital é muito mais do que a simples definição do padrão de qualidade de uma televisão. Até o nome é enganoso porque o que está
por trás é a capacidade de explorar um novo modelo de negócio
no país. Nós, empresas de telecomunicação, também podemos
oferecer para os clientes serviços
de interatividade, hoje exclusivos
da DTH e TV a cabo.
O Brasil é um grande exportador de conteúdo -exportamos
novelas para todo o mundo, por
exemplo- e tem uma espetacular infra-estrutura de telecomunicações. A convergência tecnológica rompe as barreiras e não há
uma regulação de nossos serviços
possíveis com a introdução do sinal digital. O nosso pleito é que as
discussões não se restrinjam sobre qual é o melhor modelo de televisão, mas que se olhe muito
mais do que isso. Não podemos
ficar alijados desse processo.
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