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Bastidores
Para Planalto, BC sinaliza afinação com o governo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na avaliação do Palácio do
Planalto, o Banco Central finalmente entendeu que mudou o cenário macroeconômico mundial e passou "a
atirar para o mesmo lado que
o governo", de acordo com
expressão de um auxiliar direto de Lula. Nas palavras de
outro auxiliar, "antes tarde
do que nunca".
A queda de um ponto percentual na taxa Selic, para
12,75% ao ano, foi vista com
satisfação pelo Planalto, que
tem feito pressões de bastidores desde o ano passado
sobre o Copom (Comitê de
Política Monetária) por uma
queda significativa da taxa
básica de juros.
Na reunião de dezembro, o
Banco Central já havia sinalizado que reduziria os juros
no início do ano, mas o grau
da queda ainda estava em
avaliação.
Depois da reunião de dezembro, como revelou a Folha, o próprio presidente do
Banco Central, Henrique
Meirelles, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
que a taxa Selic cairia no início de 2009.
Como a crise se agravou no
Brasil de forma mais forte do
que imaginavam o Banco
Central e Lula, a mudança da
política monetária veio num
grau maior do que indicava a
tradição conservadora da
instituição chefiada por Meirelles.
Para Lula, era importante
uma demonstração de que o
Banco Cental estava afinado
com o governo nas medidas
que deverão ser adotadas
neste início de ano para tentar minimizar os efeitos da
crise sobre o Brasil. O presidente da República esperava
uma taxa Selic nominal de
10% até o final de 2009.
Cobrança
Lula avalia que agora terá
discurso para cobrar maior
redução do "spread" dos
bancos públicos e privados.
O "spread" é a diferença entre o custo de capitação dos
recursos para os bancos e os
juros cobrados por essas instituições do tomador final
nas diversas operações de
empréstimos.
Hoje, o presidente cobrará
os bancos públicos. Em breve, deverá se reunir com representantes das instituições financeiras privadas.
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