DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na terceira semana de fevereiro, a balança comercial brasileira teve saldo positivo de US$ 989 milhões, o maior superávit comercial para o prazo de uma semana registrado desde o começo do ano, diz o Ministério do Desenvolvimento.
O saldo foi resultado de exportações de US$ 2,212 bilhões e importações de US$ 1,223 bilhão. No mês, o superávit comercial é de US$ 2,038 bilhões e supera o resultado de todo o mês de fevereiro do ano passado, que foi de U$ 1,969 bilhão.
No ano, as exportações somam US$ 12,637 bilhões, e as importações, US$ 8,416 bilhões, com um saldo comercial positivo de US$ 4,221 bilhões.
Na semana passada, houve crescimento dos embarques de todas as categorias de produtos (básicos, semimanufaturados e manufaturados). Mas os manufaturados são os que têm mantido o bom desempenho das vendas externas, segundo o ministério.
Na semana passada, os embarques de manufaturados somaram US$ 255,2 milhões, o que representa um crescimento de 46% com relação ao mesmo período do ano passado. Foram exportados principalmente fio-máquina de ferro e aço, gasolina, aparelhos transmissores e receptores e veículos de carga.

Efeito retardado
Na avaliação de especialistas, o resultado mostra que a valorização do real em relação ao dólar ainda não se refletiu nas vendas externas brasileiras.
"Parte desse crescimento pode ser explicada pelo maior número de empresas com acesso ao comércio internacional. Entre 2003 e 2004 o número subiu 1,6%, com destaque para as microempresas [+2,4%]", diz trecho de relatório divulgado ontem pela consultoria GRC Visão, que também aponta como motivo o "lag [intervalo] que existe entre a contratação do produto e sua entrega final no destino, que é em média de 180 dias". Por isso, os exportadores estimam que a apreciação do real afete o comércio exterior só no próximo trimestre.