PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Vale do Rio Doce anunciou o melhor resultado financeiro de sua história: a companhia obteve lucro recorde de R$ 6,460 bilhões em 2004, 43,3% maior do que o de 2003 (R$ 4,509 bilhões). O resultado é maior que a soma dos lucros do Bradesco (R$ 3,06 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 3,02 bilhões) e só é inferior ao da Petrobras (R$ 17,9 bilhões) entre todos os balanços do ano passado já divulgados.
Maior exportadora de minério de ferro do mundo, a Vale foi beneficiada pela forte demanda mundial do produto, impulsionada pelas siderúrgicas da China, maior mercado da Vale.
Em 2004, a receita da companhia somou R$ R$ 29,020 bilhões, alta de 38,9% ante 2003. A companhia registrou em 2004 uma geração de caixa (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização de dívidas) de R$ 12,249 bilhões, 51,2% superior à de 2003. Tais cifras também são recordes, diz a Vale.
Nas exportações, mais uma marca histórica: US$ 4,618 bilhões, 25,7% maior que em 2003. O número desconta tudo o que a Vale teve de importar para seus processos produtivos -é o chamado conceito de exportações líquidas. As exportações totais chegaram a US$ 5,534 bilhões.
A Vale foi a empresa que mais contribuiu para o saldo da balança comercial em 2004, com participação de 13,7% do superávit de US$ 33,7 bilhões obtido pelo país.
Em comunicado, a Vale informou que "a combinação de forte expansão da demanda global e a ampliação da capacidade produtiva permitiu a superação de recordes e substancial criação de valor para os acionistas".
Neste ano, prevêem especialistas, os números da Vale devem registrar novos recordes. É que o preço do minério subiu 71,5%, o que garantirá um expressivo aumento de receita.
Tal benefício para a empresa, porém, terá impacto na inflação. Especialistas esperam uma alta de cerca de 20% no preço do aço apenas por conta do reajuste da Vale.
Assim como nos resultados financeiros, a produção de minério de ferro da Vale também foi recorde, ao atingir R$ 218 milhões de toneladas.
Também cresceu a produção de pelotas, manganês, ferro-ligas, bauxita, alumina, alumínio primário e caulim. Já o volume de cargas transportadas nas ferrovias da Vale aumentou 32,8% no ano passado.
Para sustentar os novos negócios, que incluem um agressivo plano de expansão internacional, a Vale tem reservado US$ 3,3 bilhões para investimentos.
Um dos destinos para o lucro recorde de 2004 poderá ser o pagamento de dívidas. Ao final de 2004, o endividamento da companhia totalizava US$ 4,088 bilhões, com redução de US$ 330 milhões em relação ao final de 2003.
No ano passado, a Vale melhorou também seus índices de rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido subiu de 30,2% em 2003 para 35,6% em 2004.


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