|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FRAUDES
INSS vê 3 mi de benefícios com irregularidades
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL BRASÍLIA
A primeira etapa do recadastramento de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social), anunciado no
final do ano passado, revelou a
existência de 3 milhões de benefícios com irregularidades. Se as
fraudes forem comprovadas em
100% dos casos, a perda anual para os cofres públicos pode ultrapassar R$ 15 bilhões -metade do
déficit da Previdência em 2004.
Ontem, o ministro da Previdência, Amir Lando -um dos cotados para deixar o cargo na reforma ministerial-, convocou a imprensa para divulgar os primeiros
resultados do recadastramento.
Nessa etapa, foram cruzadas as
informações de 12 milhões de benefícios com cadastros internos
da Previdência.
Entraram na checagem as aposentadorias, pensões e benefícios
pagos a segurados com mais de 60
anos por um período superior a
cinco anos. Também entraram no
cruzamento os benefícios pagos
por mais de dez anos -nesse caso, não houve limite de idade.
Técnicos do ministério alertaram que, embora as irregularidades tenham sido detectadas nos 3
milhões de aposentadorias e pensões, em vários casos o problema
não pode ser caracterizado como
fraude. Existem situações de erro
de digitação, por exemplo.
Há casos de 800 mil benefícios
em que a data de nascimento do
beneficiário não aparece -o que
pode significar fraude ou não. Em
outros 250 mil, não há sequer o
endereço do aposentado ou pensionista. Em 32 mil ocorrências,
foi verificado que o aposentado
por invalidez recolhe contribuições ao INSS na condição de trabalhador em atividade.
A Previdência informou ainda
que no levantamento foram encontrados 3 milhões de aposentados do INSS com mais de 80 anos.
O problema é que os dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registram no
Brasil apenas 2 milhões de pessoas nessa faixa etária. Somente
esse suposto excedente de segurados -1 milhão de pessoas- recebe R$ 6 bilhões por ano.
Segundo a Previdência, após essa fase do recadastramento, o
próximo passo será "bater" o cadastro do INSS com outras bases
de dados disponíveis no governo.
Serão usados bancos da Receita,
do Incra, do Ministério da Saúde e
dos tribunais eleitorais.
Texto Anterior: Crise no ar: Justiça lacra sede da Vasp e abre inquérito Próximo Texto: Balanço: Lucro da Vale só perde para o da Petrobras Índice
|