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SAIBA MAIS
Presidente quer "consertar" o legado de Menem
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
A rescisão de contrato com a
principal concessionária de saneamento básico da Argentina
serviu para o presidente Néstor
Kirchner se reafirmar como a
antítese ao neoliberalismo exacerbado do ex-presidente Carlos Menem. Kirchner acusa
Menem de ter arruinado e vendido o país.
Mas é cedo para dizer que há
onda estatizante na Argentina.
Várias privatizadas dos anos
1990 não ofereceram a qualidade de serviço nem os investimentos prometidos. E, como
as tarifas dos serviços públicos
estão congeladas desde janeiro
de 2002, apesar da inflação de
80%, as multinacionais estão
abandonando um negócio que
não é mais atraente.
Apesar de saudadas como revolucionárias, as privatizações
dos anos Menem exibiam diversos defeitos de origem. Não
houve o menor estímulo à concorrência, e os monopólios estatais viraram monopólios privados. As agências reguladoras
nunca exerceram um papel
disciplinador. A aérea Aerolíneas Argentinas esteve à beira
da falência nas mãos da espanhola Iberia e precisou ser resgatada com ajuda do governo.
Nos Correios, o consórcio local
jamais cumpriu os investimentos estipulados na privatização.
Segundo Menem, só com
muitas facilidades seria possível atrair investidores a um país
que sofrera hiperinflação e que
vivera instabilidade política
por décadas. Certo ou não, Maria Julia Alsogaray, que foi a superministra de Menem responsável pelas principais privatizações, foi condenada por enriquecimento ilícito em 2003.
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