São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2006

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Investimento tem de dobrar para atingir previsão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC projeta para este ano uma alta no fluxo de investimentos e empréstimos externos, o que deve facilitar o equilíbrio das suas contas. Para o órgão, a queda do risco-país e a perspectiva de retomada do crescimento devem ajudar o Brasil a atrair mais capital.
Do lado do ingresso de investimentos diretos, a estimativa para este ano passou de US$ 16 bilhões para US$ 18 bilhões. Os números apurados até agora, porém, ainda não justificam esse maior otimismo do BC.
Em fevereiro, empresas estrangeiras investiram US$ 859 milhões no Brasil. Neste mês, segundo parcial fechada ontem, o fluxo estava em US$ 850 milhões. E, para que a projeção do BC seja atingida, é preciso que o país receba, em média, US$ 1,5 bilhão em investimentos por mês -ao todo, entre janeiro e fevereiro, o ingresso foi de US$ 2,362 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que a expectativa de mais investimentos estrangeiros diretos está baseada em consultas feitas pelo órgão a empresas instaladas no Brasil e que já demonstraram intenção em expandir sua produção.
Já o total de financiamentos obtidos tanto pelo governo quanto pelo setor privado no mercado internacional deve ficar em US$ 21,9 bilhões em 2006 -antes, a estimativa feita pelo BC era de US$ 19,2 bilhões.
Lopes diz que a maior procura por créditos externos se deve à queda do risco-país, que serve de referência para os juros dos financiamentos concedidos a empresas brasileiras.
Em fevereiro, os empréstimos obtidos pelo setor privado e pelas empresas estatais no mercado internacional somaram US$ 2,668 bilhões, o equivalente a 614% das parcelas do endividamento externo que venceram no período. Isso indica que não só os financiamentos antigos estão sendo refinanciados como novas dívidas estão sendo contraídas.
O maior endividamento das empresas, por sua vez, está sendo compensado pela estratégia do governo em resgatar, antecipadamente, parte de seus compromissos (títulos).
O objetivo é reduzir a parcela de sua dívida que vence no curto prazo, o que ajuda a diminuir a dependência do país ao capital externo.
De modo geral, todos os indicadores das contas externas brasileiras têm se mostrado positivos. Além do ingresso de investimentos e empréstimos, o país apresenta também resultados positivos nas suas transações correntes -conta que inclui a balança comercial, a balança de serviços e as transferências unilaterais.

Turismo
Segundo BC, o gasto de brasileiros em viagem ao exterior registrou pequena recuperação e chegou a US$ 435 milhões no mês passado, contra US$ 397 milhões em janeiro. Dessa forma, diferentemente do que havia ocorrido no início do ano, as despesas dos turistas brasileiros superaram, em US$ 76 milhões, os gastos de estrangeiros que visitaram o Brasil.


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