São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Apesar do apagão aéreo, lucro da TAM dobra no 4º trimestre e triplica em 2006

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A TAM fechou o último trimestre do ano passado, período do apagão do setor aéreo, com resultado que poderia ser melhor, na avaliação de analistas, mas que representou crescimento de 106,6% ante o mesmo período de 2005: o lucro da companhia subiu de R$ 65,3 milhões para R$ 134,9 milhões.
No mesmo período, a receita operacional líquida alcançou R$ 1,9 bilhão, alta de 23,1% ante os três últimos meses de 2005. "A receita veio abaixo do que poderia, mas em linha com o que estávamos esperando depois de fazer as revisões. Mesmo com a crise, foi um ano muito bom para as companhias aéreas em geral", diz Mel Marques Fernandes, analista especializada da Brascan Corretora.
No ano, o lucro da TAM foi de R$ 555,9 milhões, alta de 197% em relação a 2005. Os indícios de que o apagão de 2006 "roubou" receita são a taxa de ocupação e a margem Ebit (lucro antes de despesas financeiras e impostos em relação à receita operacional líquida) menores do que a do terceiro trimestre.
"A margem Ebit, que era de 27% no terceiro trimestre, caiu muito no quarto. Essa redução não foi em razão do custo, mas sim da receita. A demanda ficou retraída no final do ano, e a taxa de ocupação, de 76,8%, caiu para 71,3% nos últimos três meses do ano", diz Marques.
Quando o avião decola com menos passageiros, a companhia dilui menos os seus custos fixos e perde rentabilidade. "As pessoas podem ter ficado reticentes em viajar por causa da crise", afirma a analista.
A TAM foi a companhia que saiu com a imagem mais afetada do apagão. No Natal, milhares de passageiros não conseguiram embarcar em seus vôos, segundo a empresa, por causa da parada de seis aviões para manutenção não-programada, quedas no sistema e problemas meteorológicos.

Desculpas
No texto da demonstração financeira de resultado da TAM, o presidente da companhia, Marco Antonio Bologna, pede desculpas pela crise da companhia em novembro. "Com a lição assimilada, deficiências foram corrigidas e contingências, ampliadas, para que eventos dessa natureza, mesmo que concomitantes, não voltem a afetar significativamente as nossas operações."
O bom resultado da TAM, a despeito do apagão do final do ano, é conseqüência do aumento da sua oferta de assentos e do crescimento da demanda de passageiros. A companhia elevou sua oferta em 24,3% no ano e em 26% nos últimos três meses. A demanda subiu, respectivamente, 30,1% e 26,9%.
A companhia, que em 2005 tinha 84 aviões e terminou 2006 com 95 aeronaves, tinha 50% de participação nos vôos domésticos no final de 2006. O ganho está relacionado também ao encolhimento da Varig. "A maior parte desse aumento de "market share" foi devido ao aumento de oferta combinado com estratégia de preços competitivos e ao encolhimento de um dos principais participantes do mercado", diz a TAM.


Texto Anterior: Turismo externo bate novo recorde
Próximo Texto: Coca-Cola fecha compra do fabricante do Matte Leão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.