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Apesar do apagão aéreo, lucro da TAM dobra no 4º trimestre e triplica em 2006
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A TAM fechou o último trimestre do ano passado, período
do apagão do setor aéreo, com
resultado que poderia ser melhor, na avaliação de analistas,
mas que representou crescimento de 106,6% ante o mesmo
período de 2005: o lucro da
companhia subiu de R$ 65,3
milhões para R$ 134,9 milhões.
No mesmo período, a receita
operacional líquida alcançou
R$ 1,9 bilhão, alta de 23,1% ante
os três últimos meses de 2005.
"A receita veio abaixo do que
poderia, mas em linha com o
que estávamos esperando depois de fazer as revisões. Mesmo com a crise, foi um ano muito bom para as companhias aéreas em geral", diz Mel Marques Fernandes, analista especializada da Brascan Corretora.
No ano, o lucro da TAM foi de
R$ 555,9 milhões, alta de 197%
em relação a 2005. Os indícios
de que o apagão de 2006 "roubou" receita são a taxa de ocupação e a margem Ebit (lucro
antes de despesas financeiras e
impostos em relação à receita
operacional líquida) menores
do que a do terceiro trimestre.
"A margem Ebit, que era de
27% no terceiro trimestre, caiu
muito no quarto. Essa redução
não foi em razão do custo, mas
sim da receita. A demanda ficou
retraída no final do ano, e a taxa
de ocupação, de 76,8%, caiu para 71,3% nos últimos três meses
do ano", diz Marques.
Quando o avião decola com
menos passageiros, a companhia dilui menos os seus custos
fixos e perde rentabilidade. "As
pessoas podem ter ficado reticentes em viajar por causa da
crise", afirma a analista.
A TAM foi a companhia que
saiu com a imagem mais afetada do apagão. No Natal, milhares de passageiros não conseguiram embarcar em seus vôos,
segundo a empresa, por causa
da parada de seis aviões para
manutenção não-programada,
quedas no sistema e problemas
meteorológicos.
Desculpas
No texto da demonstração financeira de resultado da TAM,
o presidente da companhia,
Marco Antonio Bologna, pede
desculpas pela crise da companhia em novembro. "Com a lição assimilada, deficiências foram corrigidas e contingências,
ampliadas, para que eventos
dessa natureza, mesmo que
concomitantes, não voltem a
afetar significativamente as
nossas operações."
O bom resultado da TAM, a
despeito do apagão do final do
ano, é conseqüência do aumento da sua oferta de assentos e do
crescimento da demanda de
passageiros. A companhia elevou sua oferta em 24,3% no ano
e em 26% nos últimos três meses. A demanda subiu, respectivamente, 30,1% e 26,9%.
A companhia, que em 2005
tinha 84 aviões e terminou
2006 com 95 aeronaves, tinha
50% de participação nos vôos
domésticos no final de 2006. O
ganho está relacionado também ao encolhimento da Varig.
"A maior parte desse aumento
de "market share" foi devido ao
aumento de oferta combinado
com estratégia de preços competitivos e ao encolhimento de
um dos principais participantes do mercado", diz a TAM.
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