São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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OUTRO LADO

Para Meirelles, endividamento cairá com o tempo

DE NOVA YORK

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o Brasil está "tomando todas as decisões necessárias" para que o endividamento caia ao longo do tempo.
"Com o superávit fiscal, a estabilização da economia, tudo isso faz com que o endividamento vá caindo de forma gradual", afirmou Meirelles, que esteve em Nova York (EUA) ontem para encontros com investidores estrangeiros.
O presidente do BC disse não conhecer com detalhes o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre o panorama econômico global, que apontou vulnerabilidade da economia brasileira devido à alta dívida pública, mas declarou que parecia tratar-se de uma "análise histórica".
"O endividamento da América Latina tem sido alto por decisões que foram tomadas no passado", afirmou.
Meirelles voltou a defender que os juros reais praticados no Brasil são "os mais baixos da história recente do país".
A taxa de juros reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses) está em 9,9% -e é a segunda maior do mundo. Já a Selic (taxa básica de juros) é, atualmente, de 16% ao ano.
Indagado se a política monetária dificulta a contenção da tensão social (tema tratado no relatório do FMI), o presidente do BC afirmou: "A política monetária beneficia a política social na medida em que traz a inflação para baixo".
"A história do Brasil mostra que quem paga o preço de inflação alta é a população mais pobre. A hiperinflação não ajudou as classes mais pobres do Brasil", complementou. (RC)


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