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OUTRO LADO
Para Meirelles, endividamento cairá com o tempo
DE NOVA YORK
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
ontem que o Brasil está "tomando todas as decisões necessárias" para que o endividamento caia ao longo do tempo.
"Com o superávit fiscal, a estabilização da economia, tudo
isso faz com que o endividamento vá caindo de forma gradual", afirmou Meirelles, que
esteve em Nova York (EUA)
ontem para encontros com investidores estrangeiros.
O presidente do BC disse não
conhecer com detalhes o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre o panorama econômico global, que
apontou vulnerabilidade da
economia brasileira devido à
alta dívida pública, mas declarou que parecia tratar-se de
uma "análise histórica".
"O endividamento da América Latina tem sido alto por decisões que foram tomadas no
passado", afirmou.
Meirelles voltou a defender
que os juros reais praticados no
Brasil são "os mais baixos da
história recente do país".
A taxa de juros reais (descontada a inflação projetada para
os próximos 12 meses) está em
9,9% -e é a segunda maior do
mundo. Já a Selic (taxa básica
de juros) é, atualmente, de 16%
ao ano.
Indagado se a política monetária dificulta a contenção da
tensão social (tema tratado no
relatório do FMI), o presidente
do BC afirmou: "A política monetária beneficia a política social na medida em que traz a inflação para baixo".
"A história do Brasil mostra
que quem paga o preço de inflação alta é a população mais
pobre. A hiperinflação não ajudou as classes mais pobres do
Brasil", complementou.
(RC)
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