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ORÁCULO DE WASHINGTON
Mas presidente do Fed não vê risco de descontrole inflacionário e sugere que juro não sobe já
Greenspan vê expansão vigorosa nos EUA
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
entrou em uma nova fase de "expansão vigorosa", mas a inflação
permanece sob controle, disse ontem o presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA),
Alan Greenspan.
As declarações de Greenspan,
que participou de uma sessão da
Comissão Econômica Conjunta
do Congresso dos EUA, aplacaram a ansiedade dos mercados a
respeito da taxa de juros. Apesar
de uma alta ser inevitável, o Federal Reserve indica que não terá
pressa para mexer na taxa.
"A economia parece ter emergido, em meados do ano passado,
de uma extensa fase de baixo crescimento e entrou em um período
de expansão mais vigorosa", afirmou Greenspan.
Ainda segundo Greenspan, as
taxas de juros terão que subir em
algum momento, para acomodar
maiores níveis de inflação. Mas
ressalvou que os ganhos de produtividade e os ainda altos níveis
de ociosidade nas empresas deverão conter, por enquanto, uma alta nos preços.
Os juros nos EUA estão em níveis historicamente baixos. A taxa
básica, hoje em 1% ao ano, está no
menor patamar desde 1958. No
início de 2001, a taxa estava em
6,5%. Desde então, ocorreram 13
cortes, o último em junho.
"A razão para que mantivéssemos a taxa em 1% durante esse
período não é que acreditássemos
que a inflação não seria mais um
problema", disse Greenspan.
"Acreditamos que, dada a estrutura de custos e de preços, o aumento da inflação em um ritmo
acelerado não está no horizonte."
Mercado se acomoda
Os mercados, que vinham operando sob uma forte expectativa
de aumento na taxa de juros, fecharam praticamente estáveis ontem. As Bolsas fecharam em ligeira alta, e os juros futuros tiveram
um avanço modesto.
De qualquer maneira, a grande
maioria dos analistas de Wall
Street prevê que o Fed começará a
aumentar os juros no segundo semestre deste ano. As expectativas
são que a taxa fique entre 1,5% e
2% ao final de 2004.
Os mercados, na verdade, já vinham se ajustando nos últimos
dias. Bons números econômicos,
alta inflacionária e comentários
do próprio Greenspan, anteontem, levaram a uma sacudida nas
posições dos investidores.
Até a semana passada, os mercados futuros indicavam 30% de
possibilidade de uma alta de juros
na reunião de junho do Fed e 80%
em agosto. Agora 50% dos investidores já apostam em uma alta
em junho, enquanto 100% deles
dão como fato que haverá um aumento em agosto.
O índice Dow Jones registrou
uma alta de 0,03%, enquanto a
Nasdaq subiu 0,86%.
Livro Bege
O Livro Bege, relatório periódico do Fed sobre as condições econômicas do país, traçou um cenário positivo. De acordo com o relato, divulgado ontem, houve
uma notável melhora no nível de
atividade entre meados de fevereiro e o início deste mês.
O relatório, feito a partir de informações coletadas pelos 12 Feds
regionais, serve de base para as
decisões do comitê de política
monetária (o Federal Open Market Committee, ou Fomc). A próxima reunião do Fomc ocorre no
dia 4 de maio.
Todas as atenções estarão voltadas para o comunicado que será
emitido pelo Fed após a reunião.
Os analistas vão procurar pistas
sobre os próximos movimentos
da instituição.
Com agências internacionais
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