O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá viajar na segunda semana de maio para visitar quatro países europeus com o objetivo de conhecer as garantias que eles oferecem para a implantação do modelo de padrão de TV digital europeu no Brasil. Os países são Irlanda, Reino Unido, Áustria e Suécia.
O encontro está sendo marcado para aproveitar a ida de Lula à Viena, no dia 12, para mais uma reunião de cúpula da Rodada Doha, envolvendo países da América Latina e da Europa.
A informação da viagem de Lula à Europa para conhecer as propostas dos países para a adoção do padrão de TV digital no Brasil foi dada pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, durante o 5º Fórum Empresarial, em Comandatuba.
Na Irlanda, por exemplo, a comitiva de Lula irá visitar uma fábrica da Intel, que, recentemente, demonstrou interesse em investir no Brasil. Também estão previstas visitas a fábricas de alta tecnologia em países vizinhos.
Furlan, que acompanhará Lula na viagem, disse que as garantias de investimento que estão sendo oferecidas pela Europa para a TV digital são "mais consistentes" do que as dos japoneses.
Apesar de o governo ter escolhido o padrão japonês, o que mais interessa às emissoras de TV, Lula decidiu ceder às pressões dos governos europeus para conhecer as propostas de garantias a serem apresentadas por eles no caso de o país optar pelo seu padrão. "Os governos daqueles países têm se comunicado insistentemente com o presidente para ele conhecer a proposta deles de TV digital", diz Furlan.
Em sua apresentação, ontem, no Fórum Empresarial, Furlan se mostrou bastante otimista, apesar de ter sido muito pressionado por empresários, parlamentares e governadores presentes ao encontro. Ele previu, por exemplo, um crescimento de 5% do PIB para este ano e disse que as grandes empresas privadas reclamam, mas crescem a taxas de dois dígitos no país.
Sobre a valorização do câmbio, Furlan disse que não será impeditivo para o Brasil continuar a exibir megassuperávits na balança comercial nos próximos anos, a exemplo do que aconteceu com outros países no passado, como Japão e Alemanha.
Ele defendeu, porém, uma modernização da legislação cambial, feita em 1937, no Estado Novo, quando o problema era escassez de divisas, e não abundância.
Furlan também foi enfático ao afirmar que o Brasil não fará nenhuma abertura comercial de forma unilateral e abrupta, que era defendida pela equipe econômica da época de Antonio Palocci na Fazenda. "O Brasil defende a abertura comercial, mas desde que tenha contrapartidas."

PARA O EXTERIOR
As exportações de jóias atingiram US$ 20 milhões no primeiro bimestre, alta de 27% ante o mesmo período de 2005, segundo o IBGM, entidade do setor.

ESTRESSE
O ministro Furlan, normalmente contido, não disfarçou a emoção em dois momentos no Fórum Empresarial de Comandatuba. Na noite de quinta, ao entregar o prêmio de líder empresarial feminina a Viviane Senna, não conseguiu concluir o discurso. Ontem, ao encerrar sua apresentação, pela manhã, também o fez com a voz embargada. Para muitos, soou como se fosse a sua valsa de despedida. Ana Maria, mulher de Furlan, disse que a emoção era unicamente fruto de estresse, em razão das viagens ao exterior. Ela foi, aliás, motivo de descontração. Em meio a doações entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, ela doou um mês de salário de Furlan no governo aos programas sociais de Viviane. A propósito, o salário é R$ 8.000.

"REVIVAL" DO REI
Depois de ter adquirido os direitos de exploração da marca Pelé no fim de 2005, a Prime Licenciamentos vê chegar ao mercado os primeiros resultados de acordos com empresas. A Puma acaba de lançar uma coleção de confecção, calçados e acessórios com a marca do "atleta do século", enquanto a Claro disponibilizará fotos e imagens para download. Em junho, será a vez de uma mostra multimídia sobre sua carreira em Berlim, na época da Copa do Mundo, mas que deve percorrer outras cidades na sequência, diz Paulo Roberto Ferreira, sócio da Prime. "A mostra será uma ferramenta forte para fortalecer o vínculo com o nome Pelé, pois muitos não o viram jogar." Uma linha de perfumes será lançada em setembro, mas um dos projetos mais ousados será colocar uma marca de material esportivo com o nome do jogador entre as cinco maiores do mundo, a médio prazo.

EM CAMPANHA
As grandes vedetes cancelaram de última hora a ida ao 5º Fórum Empresarial. O motivo foram as campanhas eleitorais. O presidenciável Geraldo Alckmin, muito ligado a João Dória, organizador do evento, alegou o fato de não ter chegado a um acordo com o PFL da Bahia. O governador do Estado, Paulo Souto, é do PFL. E Dilma Rousseff (Casa Civil) alegou a viagem ao Rio para acompanhar o presidente Lula na cerimônia de comemoração da auto-suficiência do petróleo.

GOSTO DO RIO
Uma cachaça para gringo. Essa é a idéia da Janeiro, bebida tipo premium lançada no Brasil pela Pernod Ricard, que acaba de expandir sua carta de países importadores na convenção anual de vendas do grupo, na França. De 12 compradores, a bebida passará a ter 26. Os novos clientes ficam principalmente na Europa Oriental, segundo o gerente de exportação da Janeiro, Eric Sampers. "A nossa estratégia é mostrar um Brasil bem contemporâneo, com características novas totalmente diferentes do tradicional", diz Sampers. Para isso, a marca até contratou uma carioca, Melissa Brasil, que se tornou embaixadora da Janeiro e a representa em eventos no Brasil e no exterior.

CHURRASCO CANGURU
Com 12 unidades no Brasil, a rede de cozinha australiana Outback Steakhouse teve faturamento de R$ 80 milhões no último ano, alta de 30% ante 2004. O "time" brasileiro acaba de ganhar o prêmio de melhor operação internacional de 2005, e Peter Rodenbeck, responsável por implantar a rede no país, foi eleito "Outbacker of the Year".


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