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Alta de commodities deve elevar receita da Agrishow
Agricultor investe em tecnologia com a previsão de bons preços por vários anos
Ex-ministro da Agricultura calcula que faturamento da feira no interior de São Paulo cresça 13% neste ano, para R$ 800 milhões
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A 15ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), de Ribeirão Preto,
que começa na próxima segunda-feira, investe nos grãos, para
ter novo crescimento neste
ano. O setor sucroalcooleiro
também segue valorizado.
A previsão é que a feira fature
cerca de R$ 800 milhões,
12,68% mais que os R$ 710 milhões da edição do ano passado
e volume 60% superior aos R$
500 milhões de 2006, ano em
que a crise da soja tirou ao menos R$ 300 milhões de negócios da Agrishow, de acordo
com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
A previsão, no entanto, está
longe do recorde do evento, de
R$ 1,288 bilhão, de 2004, obtida justamente por causa do
bom desempenho dos grãos.
"Estamos vivendo um momento bem melhor da agricultura brasileira do que foi 2006 e
2007. Os preços estão aquecidos [a saca de 60 kg de soja, por
exemplo, que chegou a ser comercializada por menos de R$
20, atualmente está acima de
R$ 40], há uma expectativa
também de aquecimento por
mais tempo, não é uma coisa
que vai acabar neste ano ou em
dois ou três anos, o que dá coragem ao produtor de investir em
tecnologia, que é o que alavanca
a competitividade. Por isso, estimamos um faturamento próximo de R$ 800 milhões", afirmou o presidente da Agrishow,
e ex-ministro da Agricultura,
Roberto Rodrigues.
De acordo com ele, a estimativa é realista, justamente por
causa dos resultados obtidos
nos anos anteriores.
"A Agrishow mudou a cara da
tecnologia agrícola brasileira. A
produtividade cresceu, porque
as colheitadeiras velhas perdiam grãos, não tinham o refinamento das máquinas de hoje.
Ela colhe mais grão por área,
não é que deu mais grão, ela colhe mais grão", disse.
Cancelamentos
Um outro indicativo de que a
Agrishow deste ano terá resultado positivo é que as outras
feiras promovidas pela Abimaq
foram canceladas -em Rondonópolis (MT), Rio Verde (GO) e
Luiz Eduardo Magalhães (BA).
Por isso, a organização prevê
reunir em Ribeirão compradores desses Estados.
"A expectativa é que venda
bastante neste ano, porque o
setor de grãos está ótimo. No
sucroalcooleiro, deve haver novidades, como novas máquinas,
além da compra de mais máquinas pelos produtores", afirmou o usineiro Maurilio Biagi
Filho, presidente da Usina
Moema.
Acordo assinado entre o governo do Estado, a Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e plantadores prevê
que, até 2010, 70% da cana em
áreas mecanizáveis em São
Paulo terá de ser colhida sem
queimadas, ou seja, por meio de
máquinas. Segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), o
índice chegou a 40,7% na última safra, o que exige que os empresários acelerem a compra
das colheitadeiras.
A Agrishow será realizada de
segunda-feira a 3 de maio, no
Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste.
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