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SISTEMA FINANCEIRO
Segundo o BC do país, medida entra em vigor no 2º semestre e irá abranger instituições estrangeiras
Argentina irá avaliar risco dos bancos
AUGUSTO GAZIR
de Buenos Aires
Os bancos que operam na Argentina receberão notas públicas
pelos riscos que oferecem aos depositantes e investidores. Essa
avaliação será exposta nas agências e extratos da instituição.
Segundo o Banco Central argentino, o novo modelo é único no
mundo. A classificação é obrigatória e abrange os bancos estrangeiros que estão na Argentina. Hoje,
ao todo, o país tem 136 instituições
bancárias.
Ao contrário do Brasil, não há na
Argentina dificuldades para a implantação de bancos estrangeiros.
As notas devem começar a vigorar no segundo semestre deste
ano. Quatro empresas estrangeiras estão habilitadas no Banco
Central para fazer a avaliação.
Duff & Phelps Credit Rating,
Fitch IBA, Standard & Poors International Ratings e Thomson
Bankwatch já trabalham para classificar o sistema bancário da Argentina.
Haverá 12 tipos de classificação.
As notas vão mostrar a capacidade
do banco de honrar compromissos e garantir depósitos efetuados.
A avaliação será renovada a cada
trimestre.
De acordo com comunicado do
Banco Central argentino, a classificação vai dar "maior transparência ao mercado financeiro e
mais informações para que os investidores avaliem seus riscos".
Convertibilidade
Para Roberto Lavagna, um dos
principais economistas argentinos, o objetivo da medida é reestruturar o sistema bancário argentino para preservar a "convertibilidade" (dispositivo que torna
obrigatória a paridade entre o peso e o dólar).
Ele afirmou que a medida vai estimular fusões e a concentração
bancária. Com isso, a Argentina
terá instituições mais fortes para
resistir a crises internacionais.
"Com a convertibilidade, o
Banco Central não pode dar ajuda
a bancos com dificuldade. Se há
problemas, o banco tem de ser
forte, ter o respaldo de sua praça
no estrangeiro para se garantir",
disse Lavagna.
Segundo o economista, a medida pode tornar o mercado argentino mais atrativo aos investidores,
em relação ao do Brasil.
Brasil
O diretor-executivo do Bozano,
Simonsen em Buenos Aires, Luiz
Antônio Pretti, afirmou que a medida não vai prejudicar bancos
brasileiros que atuam na Argentina, como Itaú, Banco do Brasil e
Real. "Essa medida está sendo tomada em função da crise de bancos pequenos argentinos. O Banco
Central quer dividir um pouco
com as avaliadoras internacionais
a responsabilidade", disse Pretti.
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