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Promotor pede prisão de 5 por desvio de café
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O Ministério Público mineiro,
por meio do promotor Cristiano
Cassiolato, pediu anteontem à
Justiça de Carmo do Rio Claro a
prisão preventiva de cinco pessoas supostamente envolvidas
com o desaparecimento de cerca
de 18 mil sacas de café, crime que
teria lesado 360 cafeicultores no
sul de Minas Gerais -região que
mais produz café no país.
De acordo com o Ministério Público, em 2003 teriam sido desviadas 11.513 sacas na cidade de Carmo do Rio Claro e mais 6.671 sacas no município de Conceição da
Aparecida. Essas sacas tinham sido confiadas pelos produtores às
empresas Armazéns Gerais Ouro
Preto Ltda. e Exportadora de Café
do Carmo Ltda. O promotor pediu ainda a quebra dos sigilos
bancário e fiscal dos acusados.
Até a tarde de ontem, a juíza Aila Figueiredo, da comarca de Carmo do Rio Claro, não havia se manifestado sobre os pedidos de prisão para Josué Rogério Soares e
Natal Marcos Pereira, sócios das
empresas, que não operam mais
desde o final de 2003. Os outros
três denunciados são ex-funcionários das empresas.
Nos pedidos, o promotor afirma que "os denunciados se associaram em quadrilha ou bando ou
firmaram-se em associação criminosa (...) para cometerem crimes". Disse que eles "venderam
como própria coisa alheia".
Outro lado
A advogada dos sócios das empresas, Maria da Piedade Barbosa
Neves Mariano, disse à Agência
Folha estar surpresa com os pedidos de prisão, já que há um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta assinado pelos
seus clientes com o Ministério Público, no qual eles se comprometeram a ressarcir os prejuízos.
Segundo ela, todos os bens dos
seus clientes foram colocados à
disposição da Justiça, o que cobre
75% do prejuízo. O valor ela não
soube dizer. Questionada se teria
havido de fato desvio, ela respondeu: "Até agora não se sabe se
houve desvio ou má gestão".
A advogada disse que já foi pedida uma vez a prisão dos acusados, mas que a Justiça negou.
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