São Paulo, sábado, 22 de maio de 2004

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Promotor pede prisão de 5 por desvio de café

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Ministério Público mineiro, por meio do promotor Cristiano Cassiolato, pediu anteontem à Justiça de Carmo do Rio Claro a prisão preventiva de cinco pessoas supostamente envolvidas com o desaparecimento de cerca de 18 mil sacas de café, crime que teria lesado 360 cafeicultores no sul de Minas Gerais -região que mais produz café no país.
De acordo com o Ministério Público, em 2003 teriam sido desviadas 11.513 sacas na cidade de Carmo do Rio Claro e mais 6.671 sacas no município de Conceição da Aparecida. Essas sacas tinham sido confiadas pelos produtores às empresas Armazéns Gerais Ouro Preto Ltda. e Exportadora de Café do Carmo Ltda. O promotor pediu ainda a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos acusados.
Até a tarde de ontem, a juíza Aila Figueiredo, da comarca de Carmo do Rio Claro, não havia se manifestado sobre os pedidos de prisão para Josué Rogério Soares e Natal Marcos Pereira, sócios das empresas, que não operam mais desde o final de 2003. Os outros três denunciados são ex-funcionários das empresas.
Nos pedidos, o promotor afirma que "os denunciados se associaram em quadrilha ou bando ou firmaram-se em associação criminosa (...) para cometerem crimes". Disse que eles "venderam como própria coisa alheia".

Outro lado
A advogada dos sócios das empresas, Maria da Piedade Barbosa Neves Mariano, disse à Agência Folha estar surpresa com os pedidos de prisão, já que há um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta assinado pelos seus clientes com o Ministério Público, no qual eles se comprometeram a ressarcir os prejuízos.
Segundo ela, todos os bens dos seus clientes foram colocados à disposição da Justiça, o que cobre 75% do prejuízo. O valor ela não soube dizer. Questionada se teria havido de fato desvio, ela respondeu: "Até agora não se sabe se houve desvio ou má gestão".
A advogada disse que já foi pedida uma vez a prisão dos acusados, mas que a Justiça negou.


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