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Combustível lidera venda no varejo
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A venda de combustíveis disparou no país, e esse setor do varejo
é o único a apresentar saldo positivo entre todos os analisados pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) neste ano. Pesquisa apresentada na última semana mostra que a média de crescimento do varejo de combustíveis no quadrimestre estava em
5,1% neste ano. Ao mesmo tempo, outros oito segmentos avaliados (como varejo de alimentos e
de móveis) tiveram retração.
Na média, o comércio varejista
sofreu queda nas vendas de 1,06%
no país, de janeiro a abril. Em
maio e junho, as associações comerciais registraram a mesma
tendência de queda, ao contrário
do verificado no segmento de
combustíveis.
"A explicação pode estar no
maior número de viagens terrestres, em detrimento das viagens
aéreas. Ou na compra de óleo diesel para abastecer geradores comprados no ano passado", afirma
Fábio Silveira, economista da MB
Associados. Com a elevação na
cotação do dólar, viajar para o exterior ficou mais caro neste ano,
diz o analista.
"Que houve um crescimento, isso houve. Mas como consequência também da transferência de
mercado neste ano", diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente
do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo do Estado de São Paulo).
Segundo Gouveia, o IBGE recebe o balanço de venda das cinco
grandes distribuidoras do produto (Shell, Texaco, Esso, BR, Ipiranga), donas de 70% do mercado. A venda de combustíveis em
postos em situação irregular não é
analisada. Como o governo elevou a fiscalização nesses postos
que operavam de forma clandestina, alguns fecharam. E houve
transferência de consumidores
para os postos tradicionais.
Com isso, o volume de vendas
dessas empresas cresceu. Isso acabou se refletindo nos dados do IBGE neste ano.
"Combustível ainda é prioridade para o brasileiro, e o setor é um
dos últimos a sentir os reflexos da
crise. Isso pode explicar esses resultados positivos também", diz.
A diferença de resultados entre
o varejo em geral e o de combustíveis é brutal. Em janeiro e fevereiro os postos de gasolina venderam, respectivamente, 4,7% e
5,9% a mais de gasolina, álcool e
diesel do que no mesmo período
de 2001. Em março e abril o cenário se repetiu, com elevações de
5,3% e 4,6%, respectivamente.
Nesses meses, o comércio acumulou perdas consecutivas. O varejo
de automóveis, por exemplo, registrou retração média de 20,6%
nas vendas no país no período.
O preço do produto ainda permanece estável em relação ao ano
passado, informa o Sincopetro.
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