DA REPORTAGEM LOCAL

O peso mexicano despencou para seu menor valor diante do dólar em 17 meses. As declarações do ministro da Fazenda do país, Francisco Gil, de que o México pode enfrentar uma crise similar à argentina se não conseguir fortalecer permanentemente seus ingressos fiscais, feitas anteontem, voltaram a repercutir negativamente no mercado.
A alta do dólar ontem no México foi de 1,5%. No fim do dia, a moeda norte-americana era vendida a 9,95 pesos.
Nos últimos dias, o México já vinha sofrendo influência negativa da desvalorização do real.
Na esteira do nervosismo do mercado de câmbio, investidores voltaram a se desfazer dos papéis da dívida mexicana negociados no exterior. Isso levou o risco-país mexicano disparar 5,5% e alcançar seu maior nível desde dezembro do ano passado, quando a crise argentina chegava a seu ponto mais grave.
O risco-país -que mede a confiança dos investidores em relação às possibilidades de um governo honrar suas dívidas- fechou em 345 pontos. No mês, a alta acumulada do risco-país mexicano já está em 30%.
"Às incertezas provocadas pelas turbulências no Brasil nos últimos dias, somaram-se as declarações de Gil, o que deixou o mercado muito nervoso", afirma Pablo García Malo, analista da corretora Finamex.
"O peso já está próximo de romper a barreira psicológica dos 10 pesos por dólar. Agora será mais difícil a moeda voltar para os patamares mais baixos em que oscilava no início do ano", diz Eduardo Avila, economista da corretora Interacciones.



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