São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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Crise brasileira frustra projetos de Duhalde

DE BUENOS AIRES

A derrocada da economia brasileira deve frustrar os planos do presidente argentino, Eduardo Duhalde, de promover uma transição ordenada do governo.
Duhalde planejava antecipar as eleições presidenciais marcadas para setembro de 2003 tão logo o país conseguisse fechar um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e liberasse, ao menos em parte, depósitos bancários congelados pelo curralzinho. Sua avaliação era que essas duas medidas poderiam criar a expectativa de crescimento.
Assim poderia entregar o cargo a um presidente eleito por seu próprio partido, o peronista. Além disso, ele avaliava que teria uma saída do governo mais elegante do que a de seus antecessores Fernando de la Rúa (1999-2001) e Adolfo Rodríguez Saá (dezembro de 2001), que renunciaram ao cargo.
No entanto, segundo amigos do presidente ouvidos pelo jornal "Página 12", Duhalde teria perdido a perspectiva de recuperação da Argentina nos próximos meses com o naufrágio da economia brasileira.
Outro dado sobre pobreza, divulgado ontem, mostra que 3 milhões de argentinos se alimentam apenas com cultivo de hortas próprias.

Bancos
O banco Ciudad tornou-se ontem o primeiro a liberar por conta própria dinheiro do curralzinho. O Ciudad vai devolver os depósitos de até 5 mil pesos na próxima semana.
O Banco Central da Espanha aconselhou ontem Santander e BBVA a deixar de colocar recursos em suas filiais argentinas.(JS)


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