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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa caiu 4,68% ontem; ações estão baratas e devem se tornar atrativas; juros voltam a subir na BM&F
Bovespa encerra semana em baixa de 11%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa paulista voltou a registrar forte baixa ontem. O Ibovespa caiu 4,68%, para 10.397 pontos, seu menor nível desde outubro do
ano passado. Na semana, acumulou baixa de 11,12%. Das 57 ações
que compõem o índice, apenas
uma, a Celesc PNB, fechou com
valorização, de 7,69%, nesta semana. A empresa teve sua adoção
ao nível dois da Bolsa aprovada.
A perspectiva de classificação
brasileira rebaixada pela agência
Moody's e o rebaixamento anunciado pela Fitch IBCA na quinta-feira definiram o nervosismo.
Segundo analistas, a Bolsa poderá se recuperar, porque o preço
das ações está muito barato e elas
podem se tornar convidativas.
"A Bolsa está, hoje, em níveis
parecidos aos de antes da eleição
de Collor, por exemplo", afirma
Luiz Antônio Vaz das Neves, da
Planner. "Em momentos de instabilidade, os investidores ponderam que as ações são ativos reais e
podem buscar, na Bolsa, cobertura para outras aplicações", diz.
O destaque negativo da semana
foi das ações da Net, antiga Globo
Cabo. O papel preferencial da
companhia acumulou baixa de
40% no período. O desempenho
da ação foi prejudicado pelo grupamento que a empresa fez de
suas ações, na proporção de dez
para uma, na segunda-feira.
O dia para os negócios com juros foi bastante nervoso ontem.
As cotações voltaram a subir na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros). Nos contratos para outubro deste ano e janeiro de 2003,
a alta cegou perto da máxima permitida por esta Bolsa. Se tivesse
sido concretizada, os negócios seriam paralisados.
Os contratos para janeiro de
2003, os mais negociados, passaram de 24,08% para 26,26%.
Avessos aos riscos, investidores
internacionais tentam se livrar de
papéis brasileiros, temendo que o
país possa dar um calote no pagamento de sua dívida.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, fecharam desvalorizados em 3,60%. Nas contas
do operador de um grande banco
de investimentos em Nova York,
o real ainda tem mais espaço para
se desvalorizar. Isso porque, embora os C-Bonds estejam valendo
57% do seu valor de face-bem
abaixo dos 65% atingidos depois
dos atentados nos EUA-o dólar
ainda está em níveis parecidos ao
daquela época. Segundo o analista, isso é um sinal de que a moeda
dos EUA pode subir ainda mais.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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