São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa caiu 4,68% ontem; ações estão baratas e devem se tornar atrativas; juros voltam a subir na BM&F

Bovespa encerra semana em baixa de 11%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista voltou a registrar forte baixa ontem. O Ibovespa caiu 4,68%, para 10.397 pontos, seu menor nível desde outubro do ano passado. Na semana, acumulou baixa de 11,12%. Das 57 ações que compõem o índice, apenas uma, a Celesc PNB, fechou com valorização, de 7,69%, nesta semana. A empresa teve sua adoção ao nível dois da Bolsa aprovada.
A perspectiva de classificação brasileira rebaixada pela agência Moody's e o rebaixamento anunciado pela Fitch IBCA na quinta-feira definiram o nervosismo.
Segundo analistas, a Bolsa poderá se recuperar, porque o preço das ações está muito barato e elas podem se tornar convidativas.
"A Bolsa está, hoje, em níveis parecidos aos de antes da eleição de Collor, por exemplo", afirma Luiz Antônio Vaz das Neves, da Planner. "Em momentos de instabilidade, os investidores ponderam que as ações são ativos reais e podem buscar, na Bolsa, cobertura para outras aplicações", diz.
O destaque negativo da semana foi das ações da Net, antiga Globo Cabo. O papel preferencial da companhia acumulou baixa de 40% no período. O desempenho da ação foi prejudicado pelo grupamento que a empresa fez de suas ações, na proporção de dez para uma, na segunda-feira.
O dia para os negócios com juros foi bastante nervoso ontem. As cotações voltaram a subir na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Nos contratos para outubro deste ano e janeiro de 2003, a alta cegou perto da máxima permitida por esta Bolsa. Se tivesse sido concretizada, os negócios seriam paralisados.
Os contratos para janeiro de 2003, os mais negociados, passaram de 24,08% para 26,26%.
Avessos aos riscos, investidores internacionais tentam se livrar de papéis brasileiros, temendo que o país possa dar um calote no pagamento de sua dívida.
Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, fecharam desvalorizados em 3,60%. Nas contas do operador de um grande banco de investimentos em Nova York, o real ainda tem mais espaço para se desvalorizar. Isso porque, embora os C-Bonds estejam valendo 57% do seu valor de face-bem abaixo dos 65% atingidos depois dos atentados nos EUA-o dólar ainda está em níveis parecidos ao daquela época. Segundo o analista, isso é um sinal de que a moeda dos EUA pode subir ainda mais.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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