São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2004

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Paraná rejeita padrão de tolerância

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O governo do Paraná não vai seguir o padrão de tolerância para contaminação da soja adotado pelo Ministério da Agricultura e aceito ontem pela China nos embarques do grão pelo porto de Paranaguá. O presidente da Claspar (empresa estadual de classificação de grãos), Eduardo Baggio, disse bastar a localização de uma semente tratada com fungicida para a rejeição da carga inteira de um caminhão.
A norma do Ministério da Agricultura admite um grão de semente por quilo do produto destinado à exportação.
"Vamos manter tolerância zero para transgênicos [grãos geneticamente modificados] e para a soja batizada com fungicida", afirmou Baggio. Ele repetiu declarações do vice-governador e secretário da Agricultura do Estado, Orlando Pessuti. Segundo Pessuti, o exportador que quiser adotar o novo padrão do Ministério da Agricultura "terá que embarcar [em navios] o produto por outro lugar", afirmou.
O presidente da empresa disse que a prevenção de novos embargos à soja brasileira pelos chineses não exige novas medidas fiscalizadoras no porto paranaense. Ele descartou, porém, a hipótese de a empresa vinculada à Secretaria da Agricultura bancar análises de laboratório para confirmar contaminação de cargas em recusas futuras. Por medida de economia, a fiscalização nos caminhões continuará sendo apenas visual.
O rigor que o governo do Paraná diz impor no porto de Paranaguá não evitou que quatro cooperativas e uma empresa privada do Estado constassem da lista das 23 empresas que tiveram soja recusada por contaminação pelo governo chinês.
O diretor comercial da Lavoura Indústria, Comércio Oeste S.A., uma das listadas, Clóvis Schidlowski, disse ontem não acreditar na contaminação da mercadoria, mas que considera o conflito superado.
Para o gerente da Cotriguaçu -cooperativa que intermedia o embarque nos navios e detém uma estrutura de armazenamento de 150 mil toneladas no porto-, Sidnei Pinto, não há como identificar a origem e "limpar" a soja já embarcada.


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