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Governo estuda isolar área sem transgênicos
FABÍOLA SALANI
ENVIADA ESPECIAL A STUTTGART
Se houver uma diferença maior
no preço pago pela soja convencional em relação à cotação da soja transgênica, o Brasil está disposto a fazer uma legislação separando áreas para produção exclusiva desse produto e a segregar
portos para a exportação da oleaginosa sem modificação genética.
A informação foi passada ontem pelo secretário-executivo da
Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugniani, na Alemanha, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha.
Antes dele, o vice-ministro de
Defesa do Consumidor, Agricultura e Alimentos alemão, Matthias Berninger, dissera que há
uma tendência em seu país para o
consumo de soja convencional.
"O Brasil é o único grande produtor mundial com condições de
atender à demanda de soja sem
modificação genética", afirmou
Berninger.
No Brasil, o plantio de soja geneticamente modificada está liberado apenas para a safra atual. Na
próxima, pela legislação vigente, o
plantio teria de ser integralmente
de soja convencional.
Mas já está em curso o estudo de
fazer a separação efetiva da produção convencional da transgênica, segundo afirmou Carlo Lovatelli, da Abiove (entidade do setor
de soja e óleos vegetais). "É viável
fazer essa separação, mas tem que
ocorrer em duas ou três safras,
para que não haja mistura efetiva
com a soja modificada." O setor
quer liberar em definitivo o plantio de soja geneticamente modificada no país.
Segundo Lovatelli, essa segregação de áreas de plantio e de portos
pode ser feita se o preço assegurado para a soja convencional for
maior que o pago pela transgênica. "Para compensar o custo
maior de produção", disse.
Berninger disse não poder garantir, como governo, uma remuneração maior pelo produto sem
modificação, mas acha que há
disposição do mercado em pagar
mais.
O presidente da Abiove citou as
áreas em que o plantio da soja
convencional nessas condições é
viável: "Do Centro-Oeste para cima e no platô do cerrado baiano",
disse. Citou o porto de Vitória
(ES) como um dos que poderiam
ser usados para exportar o produto sem modificações.
A jornalista Fabíola Salani viaja a convite da Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha.
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