São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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INFRA-ESTRUTURA

Construção civil se recupera após três anos de recessão

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de três anos consecutivos de recessão, o ano de 2004 foi de recuperação para a construção civil: o emprego nas empresas do setor cresceu 6,3%, a massa salarial subiu 5% e o valor das obras e serviços prestados aumentou 12,2% em termos reais ante 2003, revela a Pesquisa Anual da Indústria da Construção, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com mais investimentos e menores restrições orçamentárias, a demanda do setor público por obras cresceu numa proporção maior (aumento de 21,4% nas construções em relação a 2003).
De acordo com Sílvio Sales, chefe da Coordenação da Indústria do IBGE, o forte crescimento econômico em 2004, o aumento da oferta de crédito e do rendimento do trabalhador e políticas de estímulo ao setor impulsionaram a atividade. A fraca base de comparação de 2003, quando o PIB da construção civil caiu 5,2%, também ajudou a promover o setor.
Para Sales, o bom desempenho da indústria também foi responsável pelo avanço dos números da construção civil. As construções de edificações industriais ganharam participação no setor, passando de 10,7% em 2003 para 11,8% em 2004.
O incremento dos investimentos públicos, com mais gastos em rodovias e saneamento especialmente, fizeram com que o peso das obras de infra-estrutura passasse de 32,5% em 2003 para 35,2% em 2004.
Mais recursos da poupança destinados ao crédito à habitação e a criação do patrimônio de afetação (pelo qual há uma contabilidade separada da da construtora para cada obra) possibilitaram um crescimento real de 15,8% no valor das obras residenciais, segundo Sales.
Os dados do IBGE revelam ainda que a participação das pequenas empresas no valor das obras caiu de 42,6% em 2003 para 35,2%, enquanto a das médias passou de 30,1% para 30,9% e das grandes saltou de 27,2% para 34%.
No recorte regional, por sua vez, as informações do IBGE mostram que a construção civil está menos concentrada na região Sudeste, que em 1985 representava 63,7% do emprego no setor e, em 2004, passou a representar 51,2%. A região Norte, por outro lado, viu sua participação crescer de 2,1% para 6,4%. O mesmo ocorreu com o Centro-Oeste e o Nordeste - que passaram de 4,2% para 7,8% e de 16,9% para 19,8%, respectivamente.


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