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INFRA-ESTRUTURA
Construção civil se recupera após três anos de recessão
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de três anos consecutivos de recessão, o ano de
2004 foi de recuperação para
a construção civil: o emprego
nas empresas do setor cresceu 6,3%, a massa salarial subiu 5% e o valor das obras e
serviços prestados aumentou 12,2% em termos reais
ante 2003, revela a Pesquisa
Anual da Indústria da Construção, divulgada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com mais investimentos e
menores restrições orçamentárias, a demanda do setor público por obras cresceu
numa proporção maior (aumento de 21,4% nas construções em relação a 2003).
De acordo com Sílvio Sales, chefe da Coordenação da
Indústria do IBGE, o forte
crescimento econômico em
2004, o aumento da oferta de
crédito e do rendimento do
trabalhador e políticas de estímulo ao setor impulsionaram a atividade. A fraca base
de comparação de 2003,
quando o PIB da construção
civil caiu 5,2%, também ajudou a promover o setor.
Para Sales, o bom desempenho da indústria também
foi responsável pelo avanço
dos números da construção
civil. As construções de edificações industriais ganharam
participação no setor, passando de 10,7% em 2003 para 11,8% em 2004.
O incremento dos investimentos públicos, com mais
gastos em rodovias e saneamento especialmente, fizeram com que o peso das
obras de infra-estrutura passasse de 32,5% em 2003 para
35,2% em 2004.
Mais recursos da poupança destinados ao crédito à habitação e a criação do patrimônio de afetação (pelo qual
há uma contabilidade separada da da construtora para
cada obra) possibilitaram
um crescimento real de
15,8% no valor das obras residenciais, segundo Sales.
Os dados do IBGE revelam
ainda que a participação das
pequenas empresas no valor
das obras caiu de 42,6% em
2003 para 35,2%, enquanto a
das médias passou de 30,1%
para 30,9% e das grandes saltou de 27,2% para 34%.
No recorte regional, por
sua vez, as informações do
IBGE mostram que a construção civil está menos concentrada na região Sudeste,
que em 1985 representava
63,7% do emprego no setor e,
em 2004, passou a representar 51,2%. A região Norte, por
outro lado, viu sua participação crescer de 2,1% para
6,4%. O mesmo ocorreu com
o Centro-Oeste e o Nordeste
- que passaram de 4,2% para 7,8% e de 16,9% para
19,8%, respectivamente.
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