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CONJUNTURA
Análise é de diretor do BC
Juros podem cair para 7% no final de 2001
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor de política econômica
do BC (Banco Central), Sérgio
Werlang, disse ontem em São
Paulo que a taxa de juro real do
país pode ficar entre 7% e 7,5% ao
final de 2001.
Os juros reais são medidos descontando-se da taxa básica da
economia (Selic) a inflação acumulado no período. Ou seja, a Selic, que hoje está em 16,5% ao ano,
teria de chegar a 11% no ano que
vem, pois a meta de inflação para
2001 é de 4%.
Werlang acredita que os juros
podem descer ainda mais neste
ano e que é possível começar 2001
com taxa real de um dígito. "Já estamos em 10% reais, o que já é
bem próximo de um dígito."
Ele disse que o BC continuará
trabalhando para que as reduções
na taxa básica da economia reflitam-se em juros menores para o
consumidor final. "O empecilho
para a redução dos juros para o
consumidor não é a taxa básica da
economia, mas sim as taxas que
são cobradas pelos bancos", afirmou ele.
O diretor do BC disse que o percentual do recolhimento compulsório sobre os depósitos à vista,
que está em 45%, chegará a níveis
internacionais no ano que vem.
"Em um ano e meio, teremos
compulsório entre 15% e 20%."
De acordo com Werlang, o
"spread" bancário (a diferença
entre o custo de captação dos
bancos e o valor dos empréstimos) caiu de 53%, em novembro
do ano passado, para 37,5% atualmente.
Werlang disse que o BC avalia
reduzir de sete para cinco dias o
prazo de divulgação da ata das
reuniões do Copom (Comitê de
Política Monetário). O objetivo,
acrescentou, é diminuir a ansiedade do mercado em relação às
decisões sobre os juros.
Ele negou que o BC esteja estudando acabar com o viés -instrumento que permite à instituição reduzir ou aumentar os juros
entre as reuniões do Copom.
"Não é porque o Fed (banco central dos EUA) aboliu o viés que teremos de fazer o mesmo."
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