São Paulo, sábado, 22 de julho de 2000


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CONJUNTURA
Análise é de diretor do BC
Juros podem cair para 7% no final de 2001

DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor de política econômica do BC (Banco Central), Sérgio Werlang, disse ontem em São Paulo que a taxa de juro real do país pode ficar entre 7% e 7,5% ao final de 2001.
Os juros reais são medidos descontando-se da taxa básica da economia (Selic) a inflação acumulado no período. Ou seja, a Selic, que hoje está em 16,5% ao ano, teria de chegar a 11% no ano que vem, pois a meta de inflação para 2001 é de 4%.
Werlang acredita que os juros podem descer ainda mais neste ano e que é possível começar 2001 com taxa real de um dígito. "Já estamos em 10% reais, o que já é bem próximo de um dígito."
Ele disse que o BC continuará trabalhando para que as reduções na taxa básica da economia reflitam-se em juros menores para o consumidor final. "O empecilho para a redução dos juros para o consumidor não é a taxa básica da economia, mas sim as taxas que são cobradas pelos bancos", afirmou ele.
O diretor do BC disse que o percentual do recolhimento compulsório sobre os depósitos à vista, que está em 45%, chegará a níveis internacionais no ano que vem. "Em um ano e meio, teremos compulsório entre 15% e 20%."
De acordo com Werlang, o "spread" bancário (a diferença entre o custo de captação dos bancos e o valor dos empréstimos) caiu de 53%, em novembro do ano passado, para 37,5% atualmente.
Werlang disse que o BC avalia reduzir de sete para cinco dias o prazo de divulgação da ata das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetário). O objetivo, acrescentou, é diminuir a ansiedade do mercado em relação às decisões sobre os juros.
Ele negou que o BC esteja estudando acabar com o viés -instrumento que permite à instituição reduzir ou aumentar os juros entre as reuniões do Copom. "Não é porque o Fed (banco central dos EUA) aboliu o viés que teremos de fazer o mesmo."



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