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RECALL DE EMPRESAS
Relator decide descumprir acordo e apresentará proposta sem as emendas acertadas com o Planalto
Lei de Falências fica sem adendo do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator do projeto da nova Lei
de Falências, Osvaldo Biolchi
(PMDB-RS), decidiu na sexta-feira passada descumprir o acordo
fechado com o governo e apresentar sua proposta sem as emendas que haviam sido acertadas
com o Palácio do Planalto.
O governo fará uma última tentativa hoje -em reunião pela manhã com Biolchi, o ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu, e os líderes do governo no Congresso-, para convencer o relator a
manter no texto os pontos defendidos pelo ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e sua equipe.
Na sexta-feira, Biolchi enviou
para a Casa Civil cópia de seu parecer. Para surpresa do Planalto,
nenhuma das emendas que haviam sido discutidas e combinadas com o governo estava na proposta.
Ontem, o vice-líder do governo
na Câmara Beto Albuquerque
(PSB-RS) protocolou substitutivo
na Casa ao projeto de Biolchi. Se
não houver um entendimento
com o relator, o governo levará a
proposta de Albuquerque para
votação no Plenário da Câmara,
em detrimento da de Biolchi. A
avaliação dos líderes governistas é
que dificilmente haverá acordo
com Biolchi.
Sem limite de valor
Pelo projeto do vice-líder, fica
mantida, por exemplo, a preferência dos trabalhadores no recebimento dos valores devidos pela
massa falida sem imposição de limites, como se chegou a cogitar.
O governo decidiu também separar os créditos fiscais da massa
falida, para facilitar o recebimento dos valores devidos à União.
Para tornar mais rápidas as execuções das falências e dos processos de recuperação judicial, o Planalto preferiu limitar a atuação do
Ministério Público a casos específicos, nas hipóteses previstas na
lei.
Outro ponto de divergência entre o governo e Biolchi é o prazo
máximo para o processo de recuperação judicial para micro e pequenas empresas. O Planalto quer
24 meses, e o relator insiste em 48
meses.
Prazo de vigência
Há discordância também em relação às regras para as demais empresas. O Ministério da Fazenda
defende que, sem um acordo com
os credores dentro de seis meses,
a empresa deve ir automaticamente à falência. Biolchi quer que
a decisão fique a cargo do juiz responsável.
Um ponto com o qual o governo não concordou na proposta do
relator e que alterou no substitutivo de Albuquerque diz respeito ao
prazo para a entrada em vigor das
novas regras. Biolchi defende 120
dias. No substitutivo, o prazo previsto é de um ano.
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