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RECALL DA PRIVATIZAÇÃO
Redução não seria imediata, segundo ministra; implantação de sistema termina em 2009
Novo modelo barateará energia, diz Dilma
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo acredita que o novo
modelo do setor elétrico deverá
frear os aumentos de tarifas no setor. "Acho que a energia tenderá a
ficar mais barata com o novo modelo", disse a ministra Dilma
Rousseff (Minas e Energia).
"Nós não conseguiremos isso
imediatamente, seria algo demagógico, mas estamos construindo
as condições para que inicialmente [a energia] não fique mais cara", afirmou.
Ontem, as diretrizes do novo
modelo do setor elétrico foram
aprovadas pelo CNPE (Conselho
Nacional de Política Energética).
O novo modelo entra em vigor a
partir do ano que vem, mas só estará completamente implantado
em 2009.
Os mecanismos que permitem
que a energia tenha reajustes menores de preço são o "pool" para a
compra de energia e a nova metodologia de leilão de concessões
para empreendimentos de aumento de geração. O novo modelo prevê que, nos leilões para novos empreendimentos, vencerá a
disputa quem oferecer a menor
tarifa para a energia -e não
quem oferecer o maior preço pela
concessão, como é feito hoje.
Novas licitações
As novas licitações serão feitas
por blocos de energia, e não por
empreendimentos específicos. O
ministério, por meio de uma nova
entidade chamada Fundação de
Estudos de Planejamento Energético, terá uma lista com os empreendimentos que podem gerar
energia mais barata.
O ministério decidiu também licitar junto com o bloco de energia
(a concessão) os contratos de fornecimento da energia produzida
nas novas usinas. Segundo o governo, isso garante que haverá demanda para a energia produzida e
dá segurança aos investidores.
O "pool" para compra de energia permitirá que o preço da chamada "energia velha" (energia
mais barata, produzida por grandes hidrelétricas estatais, cujo investimento já foi amortizado) seja
misturado ao do da energia nova
(mais cara, vinda de novas usinas,
inclusive de termelétricas) e faça
com que, na média, a tarifa seja
menor.
O "pool" será operado pelo
Acee (Administrador de Contratos de Energia Elétrica), que intermediará a compra entre as geradoras e as distribuidoras e sucederá o MAE (Mercado Atacadista de
Energia Elétrica).
Para garantir que os contratos
feitos no Acee serão honrados pelas distribuidoras de energia, o
governo decidiu tornar obrigatório o uso de garantias. De acordo
com Dilma, as garantias poderão
ser fianças de bancos ou créditos a
receber das distribuidoras.
Para evitar risco de falta de
energia, as distribuidoras serão
obrigadas a contratar 100% da
energia necessária para abastecer
seu mercado -hoje esse percentual é menor.
Além disso, o consumidor pagará, na tarifa, o custo de formação de uma reserva de energia. É
possível que o consumidor também tenha que pagar para que o
governo volte a planejar o setor
-o governo estuda criar um encargo tarifário para ser fonte de
recursos da fundação que irá planejar o setor.
As distribuidoras serão responsáveis por informar ao governo
sobre a necessidade de aumento
de oferta de energia. Haverá punição para distribuidoras que subavaliarem seu mercado.
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