São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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ANÁLISE 1

Economista já acena com Selic maior em 2005

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Ricardo Carneiro, professor da Unicamp, diz que o aumento dos juros americanos e a aceleração da inflação interna levarão o Banco Central aumentar a taxa básica de juros, a Selic, no próximo ano.
Leia trechos da entrevista.
 

Folha - Qual é a lógica da decisão do Copom, ao manter a Selic em 16% ao ano?
Ricardo Carneiro -
Dentro da lógica do modelo do Banco Central duas coisas apontam para que a taxa não caia e até suba lá na frente: a instabilidade externa gerada pelo aumento dos juros de curto prazo nos EUA e a aceleração da inflação aqui.

Folha - Se a taxa de juros dos EUA chegar a 4% ou 4,5%, sua média histórica, em que patamar deverá ficar a Selic?
Carneiro -
Se olhar pelo lado da arbitragem, não há como baixar mais os juros no país. Os juros dos EUA estão subindo e há uma expectativa de desvalorização do real. O investidor que faz uma aplicação financeira aqui, nessas circunstâncias, perde dinheiro -isso é a arbitragem entre os juros internos e os externos.

Folha - E a inflação, como impede a queda dos juros?
Carneiro -
A expectativa de inflação para este ano está convergindo para o teto da meta, que é 8%. Este ano dá para agüentar sem subir juro, mas, para o ano que vem, a meta de inflação de 4,5% é apertada.

Folha - A meta de inflação para 2005 é inviável?
Carneiro -
O choque de preços deste ano passa para 2005. Só o repasse IGP-DI, que deve ficar em 11% ou 12%, já vai gerar uma inflação de 4% em 2005.


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