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ANÁLISE 1
Economista já acena com Selic maior em 2005
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Ricardo
Carneiro, professor da Unicamp, diz que o aumento
dos juros americanos e a
aceleração da inflação interna levarão o Banco Central
aumentar a taxa básica de juros, a Selic, no próximo ano.
Leia trechos da entrevista.
Folha - Qual é a lógica da decisão do Copom, ao manter a
Selic em 16% ao ano?
Ricardo Carneiro - Dentro
da lógica do modelo do Banco Central duas coisas apontam para que a taxa não caia
e até suba lá na frente: a instabilidade externa gerada
pelo aumento dos juros de
curto prazo nos EUA e a aceleração da inflação aqui.
Folha - Se a taxa de juros
dos EUA chegar a 4% ou 4,5%,
sua média histórica, em que
patamar deverá ficar a Selic?
Carneiro - Se olhar pelo lado da arbitragem, não há como baixar mais os juros no
país. Os juros dos EUA estão
subindo e há uma expectativa de desvalorização do real.
O investidor que faz uma
aplicação financeira aqui,
nessas circunstâncias, perde
dinheiro -isso é a arbitragem entre os juros internos e
os externos.
Folha - E a inflação, como
impede a queda dos juros?
Carneiro - A expectativa de
inflação para este ano está
convergindo para o teto da
meta, que é 8%. Este ano dá
para agüentar sem subir juro, mas, para o ano que vem,
a meta de inflação de 4,5% é
apertada.
Folha - A meta de inflação
para 2005 é inviável?
Carneiro - O choque de preços deste ano passa para
2005. Só o repasse IGP-DI,
que deve ficar em 11% ou
12%, já vai gerar uma inflação de 4% em 2005.
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