São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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Queda na taxa pouco afetaria o consumidor

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma possível redução na taxa de juros básica (Selic) ontem teria tímido efeito no mercado. Levantamento mostra que, a longo prazo, o movimento de queda nessa taxa, determinada pelo governo, não chega na mesma intensidade às lojas e aos bancos.
No período de março de 1999, quando a taxa alcançou o seu pico histórico, a julho de 2004, o Banco Central reduziu a taxa básica em 64,4%. Isso porque os juros determinados pelo governo passaram de 45% para 16% ao ano.
Neste mesmo período, as taxas praticadas pelos bancos e pelo comércio passaram de 248,71% ao ano para 144,37%. Essa mudança de patamar equivale a uma queda de 41,95% na taxa praticada em 1999, informa a Anefac, associação dos executivos de finanças.
"Nem sempre há relação entre as coisas. Por exemplo, não tivemos alterações na Selic no último mês, mas em julho a taxa cobrada por alguns bancos até subiu. Há fatores, como a elevação de juros nos EUA, por exemplo, que estão fora de nosso controle e tem impacto", disse Miguel de Oliveira, presidente da Anefac.
Os bancos afirmam que as elevadas taxas de inadimplência e os impostos pagos pelas instituições não permitem movimentos de quedas bruscas nas taxas. No caso do comércio, as lojas explicam que não podem reduzir os juros porque não são elas que determinam as taxas ao consumidor. A maior parte das lojas não opera com capital próprio. Logo, as redes dependem das taxas de empréstimos das financeiras.
A manutenção das taxas de juros ontem, conforme anunciou o governo, não terá impacto agora.
No cartão de crédito, a Anefac informa que a taxa ao mês ainda fica em 217,98% ao ano, como estava em junho. No comércio, está em 102,13%, e, no cheque especial, em 159,76% ao ano.


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