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Queda na taxa pouco
afetaria o consumidor
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma possível redução na taxa
de juros básica (Selic) ontem teria
tímido efeito no mercado. Levantamento mostra que, a longo prazo, o movimento de queda nessa
taxa, determinada pelo governo,
não chega na mesma intensidade
às lojas e aos bancos.
No período de março de 1999,
quando a taxa alcançou o seu pico
histórico, a julho de 2004, o Banco
Central reduziu a taxa básica em
64,4%. Isso porque os juros determinados pelo governo passaram
de 45% para 16% ao ano.
Neste mesmo período, as taxas
praticadas pelos bancos e pelo comércio passaram de 248,71% ao
ano para 144,37%. Essa mudança
de patamar equivale a uma queda
de 41,95% na taxa praticada em
1999, informa a Anefac, associação dos executivos de finanças.
"Nem sempre há relação entre
as coisas. Por exemplo, não tivemos alterações na Selic no último
mês, mas em julho a taxa cobrada
por alguns bancos até subiu. Há
fatores, como a elevação de juros
nos EUA, por exemplo, que estão
fora de nosso controle e tem impacto", disse Miguel de Oliveira,
presidente da Anefac.
Os bancos afirmam que as elevadas taxas de inadimplência e os
impostos pagos pelas instituições
não permitem movimentos de
quedas bruscas nas taxas. No caso
do comércio, as lojas explicam
que não podem reduzir os juros
porque não são elas que determinam as taxas ao consumidor. A
maior parte das lojas não opera
com capital próprio. Logo, as redes dependem das taxas de empréstimos das financeiras.
A manutenção das taxas de juros ontem, conforme anunciou o
governo, não terá impacto agora.
No cartão de crédito, a Anefac
informa que a taxa ao mês ainda
fica em 217,98% ao ano, como estava em junho. No comércio, está
em 102,13%, e, no cheque especial,
em 159,76% ao ano.
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