|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INSS
Ministro da Previdência diz que governo usará recursos disponíveis, quando existirem, para antecipar parcelas do débito
Prazo para pagar a aposentado pode diminuir
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência,
Amir Lando, afirmou ontem que
a medida provisória com as regras do acordo para o pagamento
da dívida dos aposentados estabelecerá que o governo poderá reduzir o prazo do parcelamento
caso haja recursos disponíveis.
"Agora não há como pagar em
um prazo menor. Mas, no futuro,
é possível que haja uma forma de
pagar mais rápido se houver recursos em caixa. Haverá uma
cláusula sobre isso no acordo",
declarou o ministro.
Pelo acordo fechado na semana
passada, o parcelamento da dívida de R$ 12,3 bilhões (atrasados
referentes aos últimos cinco anos)
será feito em até seis anos para
quem tem ação na Justiça. Para os
aposentados que não recorreram
ao Judiciário, o parcelamento pode chegar a oito anos.
O ministro Guido Mantega
(Planejamento) disse que,
num primeiro momento, o governo vai custear o pagamento dos
beneficios com o excesso de arrecadação. "Nós temos um problema de curto prazo e um de longo
prazo. O de curto prazo será resolvido com o excesso de arrecadação. O de longo prazo nós vamos
pensar melhor e ver como vamos
resolver."
O prazo do parcelamento depende da idade do aposentado e
do valor que ele tem a receber.
Pessoas mais velhas e com menor
valor recebem mais rapidamente.
Os mais novos e com maior valor
terão que esperar mais tempo.
Anteontem, o governo recuou e
desistiu de elevar a contribuição
previdenciária de 20% para 20,6%
cobrada das empresas para pagar
a correção dos benefícios a partir
de setembro, estimada em R$ 2,3
bilhões por ano.
Pressionado pelo Congresso e
pelo setor produtivo, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva optou
por não elevar a contribuição. Em
contrapartida, o governo negociou com o Congresso e empresários e ganhou mais tempo para
promover a desoneração da folha
de pagamento, medida acertada
na votação da reforma tributária.
A desoneração prevê a redução
da contribuição previdenciária
sobre a folha de pagamento. Em
compensação, é criada uma alíquota sobre o faturamento das
empresas. Pelo acerto feito no ano
passado, a medida valeria a partir
de 2005. Agora, ficou para 2006.
Além de adiar a desoneração, o
governo avisou que a não-elevação da contribuição para pagar os
aposentados exigirá medidas
mais tímidas no pacote de redução tributária em gestação pela
área econômica.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto
(PTB-PE), disse ontem que o recuo do governo preservará o movimento de crescimento industrial em curso no país. "A medida
representaria tributar ainda mais
o emprego formal, agravar a
questão da informalidade e punir
as empresas que oferecem empregos formais", disse.
Segundo Lando, a expectativa é
que em até 15 dias após a publicação da MP o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) esteja
pronto para iniciar o processo de
adesão. Para ter direito ao pagamento previsto no acordo, o aposentado precisará assinar um termo de adesão abrindo mão de
ações na Justiça -caso já tenha
processo- ou se comprometendo a não recorrer ao Judiciário.
"Não queremos filas, não queremos correria. Vamos tomar todas as medidas para facilitar o
acesso das pessoas que têm direito", disse Lando.
A intenção é usar as agências
dos correios e as sedes dos sindicatos, além das agências da Previdência, como locais para adesão
ao acordo.
Texto Anterior: Panorâmica - Habitação: Governo muda regras de plano para moradia Próximo Texto: Congresso vetaria plano do governo Índice
|